Roubos de azeitona e fraudes: alarmes ainda não soaram na região

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Qui, 16/11/2023 - 08:51


Nos últimos tempos têm sido reportados, no país, vários roubos de azeitona. As fraudes, associadas ao azeite, também têm sido várias. Apesar de tudo, na região os agricultores não estão alarmados

No mês passado, a ASAE apreendeu mais de 4 mil litros de óleo de bagaço de azeitona, que estava a ser vendido como azeite virgem extra. O azeite não é propriamente barato e há quem tente lucrar com a sua venda, uma vez que há muitas pessoas que, sendo este um bem essencial, não querem deixar de o comprar e, por isso, tentam procurar o mais barato possível. Contudo, muitas vezes, acabam por ser enganadas e comprar algo que pode ser muita coisa menos azeite. Ainda assim, os produtores de azeite da região dizem que as fraudes não são mais comuns agora porque o preço aumentou. Assumem que o problema não é novidade. “Há falta de fiscalização. Há pessoas que vendem azeite extra virgem que nem extra virgem é. Há vários problemas na linha do azeite e eu penso que as autoridades deveriam ser mais fiscalizadoras”, disse Adrião Rodrigues. “Isto não é preocupante, porque sempre existiu. Se temos um garrafão a 50 euros e se vê um a 10… algo não está bem. As pessoas são enganadas porque querem”, assumiu Hugo Santos. “Fraude há em todas as actividades económicas. Compete às entidades fazer a devida fiscalização. Não me parece que seja um risco que compense”, vincou João Menéres.

Sobre esta matéria, Francisco Vilela, da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, aconselha a não se comprar azeite sem rótulo e ter atenção aos preços. “A associação, há cerca de um mês, reuniu com a ASAE da região para denunciar esse facto, porque aquilo que está a ser vendido no mercado é uma verdadeira fraude alimentar. Estamos a falar de embalagens que não estão rotuladas, o que por si só nada garante a rastreabilidade garantia da genuinidade do produto. Depois, o que está à venda a 18, 20 ou 25 euros, não pode ser azeite porque o mercado grossista anda na ordem dos 8 euros o litro. Aquilo que se vende é o que chamamos de tempero. Estamos também em vésperas de campanha e, por isso, não faz muito sentido os consumidores andarem a adquirir muito azeite, para fazer stock, quando podem comprar, dentro de um mês, azeite novo”.

Nos últimos dias também foram conhecidos alguns casos de roubo de azeitona. Os roubos começaram em Outubro e foram registados no Alentejo, sendo que estão a aumentar devido ao preço elevado do azeite. Por cá, ainda não soaram os alarmes. “Não há gente para trabalhar quanto mais para roubar”, disse Adrião Rodrigues. “Isso vai acontecer sempre. A culpa é de quem compra. Se não houvesse mercado não se roubava”, frisou Hugo Santos. “Acho que isso tem acontecido mais no sul do país e em Espanha. Parece-me que a escala das produções e proximidade de populações, aqui, inviabiliza roubos”, frisou João Menéres.

Os olivicultores, no Alentejo, estão em alerta e têm que vigiar os seus olivais. Por cá ainda não há preocupações no que a essa matéria diz respeito.

As fraudes e roubos, na região, ainda não estão a preocupar os olivicultores. Estes estão mais alarmados com a produção, que não é muito boa.

Escrito por Brigantia

FOTO: Quinta do Romeu

 

Jornalista: 
Carina Alves