Seis mini-hidricas em vez da barragem do Tua

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Qua, 04/06/2008 - 08:24


Os municípios do Vale do Tua tinham mais a ganhar com a construção de mini-hidricas do que com a construção da barragem de Foz-Tua. A ideia foi defendida pelo vice-presidente da câmara de Mirandela, ontem, durante um colóquio sobre energias renováveis, organizado pela autarquia, no âmbito do Ecoguia 2008.  

António Branco refere que a região teria mais valias, a nível ambiental e económico, se o governo tivesse dado luz verde ao projecto de construção de seis mini-hidricas. “Seria mais interessante haver seis mini-hidricas até ao Tua do que uma grande barragem com um paredão de 190 metros” defende o autarca acrescentando que “as energias renováveis também devem ser uma fonte de empregos para a região, porque sendo mais local também gera mais empregos”.

 

Com o Plano Nacional de Barragens, este projecto de 6 mini-hidricas foi literalmente “por água abaixo”. “A forma como o Governo apenas pôs em concurso uma grande barragem no Tua não dando alternativas impediu a apresentação desta proposta” refere António Branco. “Devia ter sido permitido concorrer com propostas alternativas que deveriam ser analisadas e depois avaliaríamos se havia ou não perdas de produtividade” considera.

 

O responsável pela gestão da mini-hidrica de Mirandela, também se mostrou contra a aposta do governo em grandes barragens, referindo que o seu potencial será reduzido com o passar dos anos. “No campo hídrico a atenção debruçou-se mais sobre as grandes barragens provavelmente pela necessidade de satisfazer os compromissos para 2010 que determina a produção de 45% de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis” afirma Manuel Lemos para quem as barragens não vão poder contribuir para este objectivo atempadamente “porque ainda não estarão construídas mas a partir de 2015 já terá um impacto significativo”.

 

Neste Colóquio foi feito o balanço da Mini-hidrica de Mirandela que, apesar do Inverno seco, situa-se numa produção de energia entre os 90% espectáveis nos primeiros sete meses do ano.

As energias renováveis são uma resposta alternativa à actual dependência das fontes de energia esgotáveis provenientes de combustíveis sólidos, como o petróleo, o carvão e o gás natural.