Ministra diz que não paga para professores não darem aulas

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Seg, 04/05/2009 - 10:15


A ministra da educação não quer manter em Bragança professores sem horário. Maria de Lurdes Rodrigues reafirmou isso mesmo na passagem que fez pela capital do distrito, onde participou no 10.º Congresso de Ciências da Educação, que decorreu ao longo do fim-de-semana no Instituto Politécnico de Bragança. A ministra diz mesmo que no interior “há professores em excesso”.  

Maria de Lurdes Rodrigues diz que “não se podem manter professores onde não há alunos”. “O objectivo dos professores é ensinar alunos. Para que haja escolas o primeiro objectivo é que haja alunos. Sabemos que esta é uma situação em alguns distritos do interior, sobretudo nalguns casos grupos de recrutamento. É o caso de educadores de infância e primeiro ciclo. Há professores em excesso, considerando o número de alunos e as necessidades do sistema educativo. O que se pede é que os professores definam novas estratégias de organização da sua vida e do seu trabalho em função das necessidades do sistema. A alternativa a isto é manter professores com horário zero, sem alunos, a quem se paga o salário mas que não se tem trabalho para lhes distribuir”, diz a ministra.   Maria de Lurdes Rodrigues assegura que há outras soluções para os professores sem horário e que esta não é “nenhuma situação dramática”. “Há muitas áreas novas de trabalho. Desde as actividades de enriquecimento curricular aos Centro Novas Oportunidades foi gerado muito novo emprego na educação. O que se espera é que exista capacidade de reabsorção com novas populações de alunos. São umas centenas de professores e é um problema individual de cada um, que tem de definir a sua estratégia de colocação e depois vamos aguardar o resultado do concurso. Não vejo aí uma situação dramática”, refere a ministra da educação. Quem não ficou satisfeito foi o presidente da Câmara de Bragança. Jorge Nunes diz que a política da ministra empobrece o país e leva a que mais pessoas abandonem a região. “A ministra segue uma orientação política que tem dado maus resultados no desenvolvimento do país, que é a concentração em Lisboa e esvaziar o resto do território. Essa política tem empobrecido o país e acentuado desigualdades. É um ciclo vicioso. Não há jovens a nascer então não pode haver professores. Como não há professores, os jovens têm de se aproximar dos centros de maior dimensão onde existem todos os níveis de ensino. A seguir já não há quem pague impostos e por isso não são precisos funcionários das Finanças. Este não é o país que nós queremos”, diz Jorge Nunes.  

A ministra da educação diz que não é possível manter professores sem alunos nos distritos do interior do país. O presidente da Câmara de Bragança não gostou do que ouviu.

 Escrito por Brigantia