Qui, 10/12/2020 - 14:57
O primeiro caso foi descoberto esta terça-feira, quando um utente teve que ir ao hospital e se soube que estava infectado, após lhe ter sido feito um teste à Covid-19.
Sofia Bernardo avançou ainda que, ontem, a saúde pública já esteve no lar para testar todos os utentes e funcionários.
Quanto ao resto da comunidade, César Garrido, presidente da Junta de Freguesia de Outeiro, esclareceu que, para já, há apenas uma pessoa que testou positivo. “Entre a comunidade há um caso activo. É um funcionário do lar, que não estava a trabalhar. Poderá estar associado a uma infecção comunitária. No meio disto tudo, o que dá algum alívio é que as pessoas estão todas assintomáticas”, explicou o autarca, avançando que “a comunidade está preocupada”.
Segundo disse ainda a directora técnica do lar, alguns colaboradores residem em Argozelo, no concelho de Vimioso, onde recentemente surgiu num surto no lar e entre a comunidade, que já conta com mais de 50 casos positivos. Ainda assim, avançou que não se sabe, para já, se o surto em Outeiro se poderá ter originado com algum colaborador que resida naquela vila de Vimioso.
César Garrido também não sabe como poderá ter começado o surto e lamenta que as autoridades de saúde não sejam mais esclarecedoras. “Eu não queria dizer a palavra mas penso que há desleixo por parte da saúde pública. A junta de freguesia, em primeira instância, deveria ser informada. Eu só consigo ter algumas informações se for eu a telefonar para lá. Omitem, escondem e não esclarecem. Ficam de contactar as pessoas e não as contactam”. Como exemplo, o presidente disse que esteve com três pessoas, em Paradinha de Outeiro, um casal e a filha, que estiveram em contacto com um caso positivo e que a Saúde 24 os teria mandado ficar em casa, dizendo que lhes iriam telefonar. Contudo, “passaram dez dias e ninguém telefonou”.
No hospital chegou apenas a estar o utente a partir do qual se descobriu o surto. Os restantes utentes infectados estão, quase todos, assintomáticos ou com sintomas ligeiros do vírus.
No lar de Outeiro há, no total, 52 utentes e 27 funcionários. Neste universo de 79 pessoas, há 45 que testaram positivo para a Covid-19.
Para o surto não se propagar, César Garrido considera que, para já, é preciso fechar o centro de convívio da aldeia. “Acho que uma das primeiras medidas é convencer as pessoas de que têm de minimizar os ajuntamentos e alterar determinados comportamentos. Isso já o fizemos, falando com as pessoas, mas temos um potencial problema, que é o centro de convívio, que vai ter que ser fechado. Há pessoas que até são exteriores à comunidade e ali param para tomar café”.
Em Outeiro e na aldeia anexa, Paradinha de Outeiro, há cerca de 140 habitantes.
Escrito por Brigantia
