Governo não aceita alternativa rodoviária para linha do Tua

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Sex, 06/02/2009 - 09:12


A Secretária de Estado dos Transportes exige da EDP uma alternativa ferroviária para a Linha do Tua.A barragem, vai acabar com o comboio, mas Ana Paula Vitorino rejeita alternativa rodoviária proposta pela empresa que vai construir o empreendimento hidroeléctrico. 

Ao jornal Público a governante diz que "se for considerado imprescindível o encerramento do troço em causa [por causa da construção da nova barragem da EDP], deverão ser garantidas, pela concessionária, condições para a criação de uma variante ferroviária". Ou seja, a alternativa rodoviária proposta pela EDP não é solução. A secretaria de estado dos transportes reafirma assim a posição assumida poucas horas depois do último acidente ferroviário na Linha do Tua, quando confrontada com a possibilidade de o comboio deixar de circular entre a estação do Tua e Mirandela. Na altura, a secretária de Estado afirmou que o comboio "é muito importante para a mobilidade da região". De acordo com o estudo de impacte ambiental da barragem, actualmente em fase de consulta pública, a centenária linha ferroviária será sempre submersa, seja qual for a cota que vier a ser aprovada. Em cima da mesa estão as cotas de 170 metros, 180 e 195. Com a cota maior, a linha será submersa em 31 quilómetros e desaparecerão nove apeadeiros. Se a barragem ficar a 180 metros, serão alagados 23 quilómetros de linha e sete apeadeiros. A cota mais baixa inundará 16 quilómetros de linha e quatro apeadeiros. Só por ter ganho a concessão desta barragem, a EDP teve que pagar ao Estado 56 milhões de euros e este valor vai subindo de acordo com a cota, podendo atingir os 125 milhões de euros se o nível pleno de armazenamento for de 195 metros. A esta cota, a futura albufeira terá 39 quilómetros de comprimento e uma capacidade de armazenamento de 269 milhões de metros cúbicos de água, produzirá anualmente 350 gigawatts e o custo da obra ascenderá aos 320 milhões de euros.

Com uma cota de 170 metros, a albufeira terá 31 quilómetros, a capacidade de armazenamento de água será de 156 milhões de metros cúbicos de água, a produção anual atingirá os 306 gigawatts e o custo da obra rondará os 282 milhões de euros.

Escrito por Brigantia