Empresários queixam-se do atraso no pagamento de projectos financiados

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Sex, 02/02/2024 - 09:04


Os empresários da região queixam-se do atraso no pagamento de projectos que são financiados, do pouco dinheiro que é avançado inicialmente e da submissão de facturas, o que traz constrangimentos às empresas

Filipe Mofreita, que tem uma carpintaria em Macedo de Cavaleiros, conta que submeteram um projecto e muito tempo depois é que puderam entregar as facturas com os gastos. “Abriu em Fevereiro do ano passado as candidaturas para os projectos de investimento nos painéis solares e energias renováveis, o projecto tinha tudo para correr bem, foram aprovados os projectos, deram-nos 10%, num investimento de 50 mil euros, 10% para uma empresa que queira fazer a implantação dos projectos é muito pouco e só abriram a plataforma para submetermos as facturas no fim deste ano”, disse.

Uma vez que as empresas recebem apenas 10% do financiamento para avançarem com o projecto, Filipe Mofreita admite que muitas vezes têm que recorrer à banca ou avançar com dinheiro próprio. “Se tivermos capitais próprios ainda podemos ir amortizando e resolvendo os problemas, se não houver nenhum capital próprio ou nenhum fundo de maneio que nos permita ir jogando com as duas situações, não é fácil de fazer um projecto acima de qualquer valor, porque depois é-nos exigido o dinheiro”, apontou.

Queixas feitas no seguimento da apresentação do Compete 2030, na quarta-feira, no Brigantia Ecopark, em Bragança. Em resposta aos empresários, o presidente da comissão directiva, Nuno Mangas, explicou que os atrasos devem-se a ainda se estarem a executar projectos do Compete 2020 e aconselhou as empresas a não estarem dependentes do financiamento. “É evidente que a pandemia fez com que um conjunto de projectos que deviam ter terminado mais cedo, acabaram por se estender e levar a que exista esta coincidência entre os dois programas e naturalmente isto cria um conjunto de constrangimentos, nomeadamente ao nível da capacidade dos serviços”, explicou.

O Compete 2030 tem como directrizes a digitalização, inovação e qualificação. Nuno Mangas quer acreditar que os novos projectos que serão submetidos tenham mais impacto e que respondam a problemáticas diferentes de há uma década. “Hoje temos o desafio da digitalização, da descarbonização, da eficiência energética. Quando se fala num projecto de inovação produtivo, de investimento produtivo, tem que ser pensado que também tem que contribuir para a descarbonização, para uma maior eficiência do ponto de vista energético, para que haja menos resíduos, menos utilização de recursos”, frisou.

O Compete 2030 foi apresentado no âmbito da conferência IN2COP, do Instituto Politécnico de Bragança. O programa tem disponíveis quase 4 mil milhões de euros para a próxima década.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais