Seg, 03/03/2025 - 09:02
Pedro Nuno Santos afirmou este sábado, em Bragança, que, apesar do país não ter feito o suficiente pelo interior, aquilo que foi feito, na maioria dos distritos de Trás-os-Montes, tem a marca do PS. O secretário-geral do Partido Socialista referiu ainda que a estrada que liga Puebla de Sanabria a Bragança ainda não está finalizada porque, “erradamente”, confiaram no município liderado por um presidente e executivo social-democrata.
“Tínhamos um plano para a valorização do interior de seis mil milhões de euros da responsabilidade da Ana Abrunhosa e da Isabel Ferreira, para desenvolver e aproveitar todo o território do interior. A direita travou-o. O fim das portagens no interior, com o voto contra deles, foi só um pequeno contributo. O pouco investimento que ainda se vai fazendo foi lançado por nós, assim como a ligação de Bragança a Vinhais. Não foi a direita, foi o PS. A ligação de Bragança a Puebla de Sanabria, que ainda não avançou, foi iniciada por nós e só não progrediu porque talvez tenhamos cometido o erro de confiar na Câmara Municipal de Bragança para executar o projeto”, disse.
O líder socialista fez estas declarações à margem da apresentação dos candidatos do partido ao distrito de Bragança, com ênfase na candidata Isabel Ferreira. Pedro Nuno Santos afirmou ainda que a capital distrital precisa de ser ouvida e respeitada em Lisboa e, por isso, garante que a escolha de Isabel Ferreira para a Câmara Municipal de Bragança não foi “mero acaso”. Para o Secretário-Geral dos socialistas Bragança “precisa de alguém que já tenha dado provas de que tem capacidade, de que tem competência” e “Isabel Ferreira tem provas dadas enquanto governante, tem experiência executiva” e “conhece o território, sabe o que ele precisa”, explicou.
Pedro Nuno Santos acusou ainda o PSD de ter “bem aproveitado” os últimos 10 meses para tratar da vida dos autarcas em final de mandato.
“E vocês aqui sabem bem, Bragança e Vimioso, pelo menos. O PSD usa e instrumentaliza o Estado em benefício do seu partido. Mais de um terço dos autarcas que estão em final de terceiro mandato já foram colocados no aparelho de Estado. Para o PSD, neste momento, é bar aberto no Estado português”, vincou.
O secretário-geral do PS deixou ainda duras críticas ao Primeiro-Ministro, devido à recente polémica que envolve a empresa familiar de Luís Montenegro. Pedro Nuno Santos referiu que ele, mais do que os seus deputados, tem de ser transparente com o povo.
“Lamento, mas quem escolhe estar nesta vida tem de estar preparado para a transparência e para o escrutínio. Digo-vos mais, nós temos mesmo de ser transparentes e, de todos, o Primeiro-Ministro, tem que ser mesmo o mais transparente. E sabem porquê? Porque nós, políticos, temos poder sobre a vida das pessoas. E quando de tem poder, tem-se mais responsabilidades. Não é ético, nem aceitável. Soubemos que não temos um ministro em exclusividade há 10 meses. E, se estão recordados, o senhor primeiro-ministro, e bem, disse que o seu secretário de Estado, Hernâni Dias, tinha sido imprudente. O que diz agora Montenegro dele próprio em matéria de imprudência?”, vincou o secretário-geral dos socialistas.
Pedro Nuno Santos fez a sua última intervenção no distrito de Bragança, sábado à tarde. Passou pelos concelhos de Mirandela, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros e Bragança, onde apresentou, aos militantes e simpatizantes, os candidatos já conhecidos para concorrer às eleições autárquicas, que devem acontecer no mês de outubro. A ênfase foi para a deputada Isabel Ferreira, que apresentou oficialmente a intenção de se candidatar à Câmara Municipal a 27 de janeiro.
Também esteve presente a ex-ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Escrito por Brigantia
