Qua, 23/05/2018 - 09:29
O responsável, considerado o pai do testamento vital, afirma que apesar de milhares de portugueses já terem aderido ao documento com as directivas antecipadas de vontade, acredita que para se evoluir nesta matéria é necessário que o tema seja mais discutido e que chegue às escolas: “as pessoas não estão bem informadas. É preciso sensibilizar a população para este fenómeno, que só vai ter alguma expansão quando este assunto for considerado sem nenhum tabu e sem nenhuma reserva intelectual” sustenta Rui Nunes.
Para Rui Nunes, a aprovação do documento “foi o primeiro passo para uma evolução que vai demorar 10, 20 ou 30 anos”. “Isto não vai acontecer de um dia para o outro”, afirma.
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética foi um dos participantes de um debate sobre o testamento vital, que aconteceu no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, no qual se falou também acerca da eutanásia, a poucos dias de na Assembleia da República se discutir e votar o tema. Para o presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Duarte Soares o debate sobre este assunto é prematuro e está a fazer-se de forma apressada: “esta associação tem vindo a alertar se está a realizar de forma sectorial na sociedade. É um debate que se encontra muito politizado e mediatizado. Sobretudo, alerto que estamos a ser empurrados para tomar decisões já quando não se teve tempo para analisar e debater de forma adequada este assunto” afirmou Duarte Soares.
O debate sobre o testamento vital foi organizado pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos em colaboração com a Associação Portuguesa de Bioética.
A legislação sobre o suicídio medicamente assistido vai ser debatida no final do mês na Assembleia da República.
Escrito por Brigantia