Tabuinhas votivas espalhadas pelo distrito que evidenciam milagres agora expostas no Museu do Abade de Baçal

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Qui, 06/06/2024 - 09:11


Quase uma centena de tabuinhas votivas estão expostas no Museu do Abade de Baçal, em Bragança

Peças de arte sacra popular que estavam espalhadas por todo o distrito em capelas, igrejas e santuários da Diocese Bragança-Miranda.

“Pinturas que têm a representação desse milagre. Era uma encomenda feita a um artesão sem grande taleto, sem grande técnica, portanto parecem quadros pintados por crianças, que representam esse momento de aflição, de doença, de perigo e de pedido de auxílio a Deus, à Virgem Maria, ao santo da sua devoção. Geralmente, por baixo da pintura, há um texto que complementa essa imagem, dizendo quem é o santo a quem foi pedido esse auxílio, quem pediu e até a data”, explicou o director do museu, Jorge da Costa.

Obras dos séculos XVIII e XIX. Algumas estavam escondidas e perdidas, porque a sua importância é desconhecida por muitos.

Eram mandadas fazer pelas pessoas que pediam o milagre e oferecidas à paróquia como forma de gratidão. “Era uma prova, um testemunho, não só um agradecimento pela graça concedida, mas também servia para testemunhar aquilo que aconteceu. Há aqui expressões interessantes como ‘milagre evidentíssimo, ou seja, não querem deixar margem de dúvida”, acrescentou.   

O trabalho partiu de uma obra dos anos 80 do Padre Belarmino Afonso, onde está um estudo destas tabuinhas votivas. Além de expostas no museu, vão ser tratadas e estudadas. “O objectivo é fazer um registo, também um registo fotográfico, que possa depois resultar num catálogo. Além isso, identificá-los, tratá-los, fazer uma espécie de tratamento preventivo, porque alguns encontram-se em muito mau estado e também estudá-los, porque há aqui muita informação que nos permite um estudo sobre o quotidiano desta época, as doenças, a forma de vestir, o mobiliário”, adiantou.

 “Segundo uma promessa” é o nome da exposição que vai estar patente até 26 de Setembro no Museu do Abade de Baçal, em Bragança.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais