Paralisação dos camionistas afecta chegada de produtos frescos a Bragança

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Qua, 11/06/2008 - 11:07


O bloqueio dos camionistas em todo o país está a trazer consequências à actividade económica em Bragança. Ao nível da alimentação, as grandes superfícies comerciais estão com dificuldades em garantir produtos frescos nomeadamente no peixe e no leite.

Começa também a faltar a fruta e a carne. No Intermarché de Bragança, por exemplo, o leite é a situação mais grave.

 

Os stocks não chegam para hoje e amanhã as prateleiras deverão estar vazias. “Neste momento o leite é a situação mais complicada, não temos leite”, revela Rui Guedes, chefe da loja afirmando que “o leite que temos hoje não dá para o resto dia, amanhã não vamos ter leite”.

 

Além do leite, há três dias que a banca da peixaria não tem nada para vender. Hoje chegou algum pescado mas segundo Rui Guedes prevê-se que amanhã já não haja. “ É uma situação complicada, há três dias que não estamos a receber peixe, temos a indicação que amanhã também não vamos ter peixe”, salienta o chefe da loja.

 

Em Miranda do Douro, o principal problema diz respeito aos produtos frescos. Isilda Delgado, proprietária de uma média superfície comercial revela que teve de recorrer a um fornecedor local, que abasteceu em Espanha. “Se não tivesse um fornecedor local que recorreu à vizinha Espanha, neste momento estaria sem fruta e legumes, porque o meu grupo não fez a entrega, vem de Alverca e os piquetes não deixam passar os camiões”, esclarece Isilda Delgado adiantando que “quanto ao resto está tudo normal, mas se se prolongar vamos ter problemas”.

 

Peixe fresco só mesmo nas peixarias tradicionais que vão à lota buscar o pescado através de meios próprios e que não são alvo de bloqueio por parte dos camionistas.

Quanto ao combustível, em Bragança ainda não se registam dificuldades para garantir o abastecimento aos automobilistas.

 

Algumas gasolineiras foram abastecidas ontem ao início da tarde, pelo que as reservas ainda são suficientes pelo menos até ao fim de semana.

 

Ao que a Brigantia conseguiu apurar algumas empresas de Bragança estão também com a actividade condicionada porque não estão a receber o material necessário para poder trabalhar.

 

 

Rui Vaz, presidente do NERBA, teme que este bloqueio possa trazer graves consequências às empresas da região. “Nós ainda não temos qualquer feedback do que se está a passar no terreno, ou seja, de concreto ainda não nos chegou de qualquer empresa ou sector de actividade o problema do bloqueio”, garante Rui Vaz. “No entanto, será fácil adivinharmos que se o bloqueio se mantiver, é óbvio que nós vamos sentir problemas”, afirma o presidente do NERBA alertando que “se não houver alteração neste estado de coisas, no que diz respeito ao abastecimento de matérias primas, as empresas vão começar a ter problemas".

 O bloqueio dos camionistas a trazer consequências à actividade económica em Bragança.