Sex, 29/11/2019 - 15:27
A nona bienal começou ontem e abriu com a inauguração de duas exposições alusivas ao povo convidado, ambas no Centro Cultural Municipal.
“Na cultura do nosso povo a máscara makonde tem muita importância. Usa a dança tipicamente makonde e é uma dança que nos identifica muito e isso faz parte da mascara maconde. A maioria das máscaras são parecidas, dificilmente se identifica o grupo étnico ou o povo, ao passo que a máscara makonde faz identificar-se e usa cabelo natural”, explicou Adriano Moreira. Taluma, artista moçambicano, responsável pela maioria das esculturas expostas neste centro.
Segundo o artista, a cultura da máscara e escultura makonde faz parte da identidade deste povo e todos são como que artistas.
“Quando somos miúdos vamos aos campos de cultivo e quando regressamos temos mandioca para comer, depois fazemos uma pequena escultura e espetamo-la num pau. Numa família sempre há um ou dois que são esculturas então nós nascemos e crescemos a ver esculturas feitas pelos nossos familiares”, disse.
Ontem foi ainda apresentado o “Catálogo da VIII Bienal da Máscara – Mascararte 2017”. Luís Canotilho, um dos fundadores da Academia Ibérica da Máscara e um dos responsáveis pelo catálogo, explica que há cada vez mais localidades a recuperar a tradição associada à máscara e que a bienal tem impulsionado a que isso aconteça.
O centro cultural abriu, ainda ontem, o Espaço Máscara, que este ano reúne 14 artesãos. O desfile pelas ruas do centro histórico e a queima do mascareto, os pontos altos da mascararte, que deviam acontecer amanhã, foram cancelados por causa do mau tempo que é esperado. O evento termina na próxima quinta-feira.
Escrito por Brigantia