Esquadra da PSP de Mirandela deve abrir no próximo mês

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Qui, 31/03/2011 - 09:20


  O edifício, que custou cerca de um milhão e meio de euros, está pronto há cinco meses, mas para abrir as portas ainda falta o mobiliário, cujo valor deve rondar os 125 mil euros.

Depois de garantir que tudo estaria resolvido em Fevereiro, agora o governador civil de Bragança avança que a adjudicação do concurso está para breve e que em Abril, a esquadra vai ser inaugurada.

Enquanto não se resolve esta situação, os agentes da PSP de Mirandela continuam instalados num edifício sem condições.

A obra começou em Setembro de 2009, fruto de um protocolo estabelecido entre a Direcção Geral de Infra-estruturas e Equipamentos e a autarquia mirandelense, que envolve um investimento superior a um milhão e quinhentos mil euros.

O Ministério da Administração Interna suporta os custos com a obra e o equipamento, enquanto a Câmara de Mirandela disponibilizou um terreno de cinco mil metros quadrados (na parte superior do recinto onde decorrem as feiras semanais).

O seu prazo de execução era de nove meses, mas em Junho de 2010, a esquadra ainda não estava concluída, o que veio apenas a acontecer em Outubro.

O processo seguinte era o da aquisição do mobiliário, que até agora ainda não aconteceu, o que inviabiliza a abertura da esquadra.

Depois de, no final de 2010, o governador civil de Bragança ter referido que a aquisição do equipamento estaria por dias e que a esquadra seria inaugurada em Fevereiro deste ano, Jorge Gomes aponta agora o mês de Abril como limite para a inauguração do novo edifício.

“É nossa intenção ter a adjudicação do equipamento até ao final deste mês e em Abril abrirmos as portas para que a esquadra comece a funcionar” avança.

Jorge Gomes adianta que a situação tem de ser resolvida rapidamente, até porque as condições da actual esquadra já não têm qualquer dignidade, admite o governador civil.

“Já há seis anos que era muito má, imagino que hoje estará muito pior” afirma. “Não podemos dar-nos ao luxo de ter um equipamento terminado e fechado” acrescenta.

Jorge Gomes nega a existência de qualquer constrangimento orçamental, e que são apenas questões burocráticas que estão a emperrar o processo.

“Não faço ideia qual é o valor do concurso mas não há qualquer constrangimento financeiro é só uma questão de tramites legais. O concurso podia abrir mais cedo, mas não abriu” explica.

Ao que apuramos, esta situação de impasse já está a causar desmotivação na maioria dos agentes que não encontram explicações para uma espera que já leva cinco meses, enquanto continuam num edifício sem as mínimas condições.

Quando chove, os agentes têm de colocar vários baldes no interior da esquadra, a cela não está a ser utilizada por falta de condições, depois de indicações da Inspecção-Geral da Administração Interna.

As camaratas foram desactivadas e transformadas em vestiários, enquanto a secção de trânsito funciona onde antigamente estava instalado o bar.

Outra situação que causa preocupação é o facto de, naquela esquadra estar instalada uma equipa de inactivação de engenhos explosivos que não possui local adequado para armazenar material explosivo, correndo o risco de haver a qualquer momento uma explosão, devidos as variações de temperatura num edifício antigo, com muita cantaria no seu interior e exterior, onde não existe qualquer sistema de aquecimento ou refrigeração.

Ao que apurámos a PSP, apesar de ainda não estar a ocupar a nova esquadra, já está a ter despesas fixas, nomeadamente os serviços de água, electricidade, gás e telefones.

Para além disso, as câmaras de vigilância foram retiradas por precaução, depois de uma delas já ter sido roubada, e o gradeamento em redor do novo edifício até já serve, muitas vezes, de estendal de roupa para famílias de etnia cigana que habitam nas imediações.

Escrito por Brigantia