Desentendimentos na assembleia do AECT

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Sex, 19/09/2008 - 09:11


O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Douro ainda não foi constituído, e já se fala em desentendimento. O objectivo é a união das terras do Douro dos dois lados da fronteira, para ambas as regiões participarem em programas de financiamento. Quarta-feira, decorreu uma reunião de assembleia na Casa da Cultura de Mogadouro, que contou com a participação de mais 180 autarcas portugueses e espanhóis.    

A sessão, que durou cerca de quatro horas, começou com o presidente da câmara de Freixo de Espada à Cinta, a levantar-se da mesa e a colocar o seu lugar à disposição. “A minha posição levou a que esta assembleia corresse da melhor forma, porque se essa posição não tivesse sido tomada, isto iria correr pior” afirma José Santos. “Aqui não deve haver interesses políticos nem partidários” acrescenta.

 

Tudo aconteceu depois de um autarca espanhol ter questionado as razões de escolha dos membros da mesa. O mesmo autarca, o edil de Hinojosa, no final da assembleia, mostrava o seu desacordo. “Não se pode estar às ordens e aos caprichos de uma só pessoa” afirma indignado. “Isto é uma assembleia onde está em jogo o futuro das nossas terras e merecem um tratamento mais racional” acrescenta.

 

Foi uma assembleia com muitas participações e algumas vozes de discórdia.

Para o anfitrião Moraes Machado, o principal problema está do lado espanhol, onde por questões políticas não é bem visto na gestão do agrupamento o autarca de Trabanca que tem liderado todo o processo. “É um alcaide de uma terra pequenina a representar 140 municípios e ayuntamentos, o que cria alguns incómodos” explica o autarca.

 

O vice-presidente de Mogadouro, que foi o moderador durante toda a reunião e que pertence ao comité de gestão, afirmou que a falta de unanimidade é normal quando se reúne quase duas centenas de pessoas, mas que o mais importante aconteceu e foi aprovado. “Todas as votações foram democráticas e entendeu-se que estas pessoas devem continuar o trabalho”, afirma João Henriques.

 

Jose Luís Pascual foi até agora líder neste processo de criação do futuro Agrupamento Europeu de Cooperação territorial Douro. O representante de Trabanca, onde deverá ficar a sede da instituição, mostrou-se optimista. “Esta assembleia demonstrou claramente que é preciso criar o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Douro com celeridade para que se possa desenvolver e acesso a fundos que a região necessita”, refere.

 

O grupo de trabalho do futuro Agrupamento Europeu de Cooperação territorial Douro vai ser liderado por três pessoas, até que os estatutos sejam aprovados e os corpos directivos sejam eleitos.

Foi então eleito um comité de gestão composto por três pessoas, sem que haja um presidente.

Decisões tomadas por unanimidade pela assembleia presente na Casa da Cultura em Mogadouro.