Qui, 26/11/2020 - 10:03
Este fio é usado principalmente em fardos, mas também noutros produtos e na Europa gastam-se anualmente cerca de 120 mil toneladas deste material. Miguel Nóvoa da associação explica que o objectivo é contribuir para a transição para uma agricultura mais ecológica.
“O fio azul é apenas um dos plásticos utilizados na agricultura, mas quando vamos passear por Trás-os-Montes ou outras zonas estamos sempre a ver na paisagem este fio azul, que depois não se decompõe e que dá origem a microplásticos, que acabam por ser incorporados no nosso solo e depois nos nossos alimentos. Seguindo as directivas europeias do novo pacto verde que aí vem, da transição para uma agricultura sustentável estamos a contribuir para tentar criar uma rede de proprietários sensibilizados para o tema”, sublinhou.
O fio de sisal é feito a partir das fibras de uma planta e é biodegradável. A campanha é dirigida não só aos agricultores, mas também ao público escolar. “O que queremos acreditar é que vamos conseguir com esta campanha sensibilizar os mais jovens, que vão ter acesso a um pequeno filme e a um kit pedagógico e sensibilizar os agricultores. Estamos a fazer acções de demonstração, a própria associação este ano já produziu 600 rolos utilizando fios de sisal e outros agricultores já usaram o material, no total fizeram-se mais de 1000 rolos com fio de sisal, o que prova que se pode usar, que é forte e aguenta o enrolamento”, explicou.
A associação espera chamar a atenção também dos políticos, já que Miguel Nóvoa defende que se devem criar medidas para promover o uso de fios de origem natural, nomeadamente através de incentivos.
O projecto, que se chama enfardar naturalmente, é apoiado pelo fundo ambiental enquadrado na estratégia nacional de educação ambiental. Escrito por Brigantia.