Transmontanos divididos com a queda do Governo

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Sex, 25/03/2011 - 11:13


Os transmontanos estão divididos com a queda do Governo. Se há quem aplauda a decisão de José Sócrates em entregar a demissão a Cavaco Silva, há quem considere que o chumbo da oposição ao PEC IV vai trazer ainda mais dificuldades à população. Nas ruas de Bragança, as opiniões dividem-se.  

“Não estou a ver onde pode ser bom, porque entre o Sócrates e o Passos Coelho não estou a onde está a diferença”, diz Aquiles Pereira. Já Luísa Pereira confessa que tem pena pois “até gostava da teoria dele, mas como se deu esta situação, é mau para o país”. Por sua vez, Amália Bornes, que até confessa “ser socialista”, diz que “é bom [ter-se demitido] para ver se isto se compõe e que vão para lá uns melhores do que este”. Já uma transeunte, que prefere não ser identificada, mostra-se desalentada, pois entende que “são todos iguais”. Mariline Tavares, por sua vez, acredita que o país vai andar “ainda mais desgovernado”.

  

Quanto aos deputados eleitos pelo distrito, Mota Andrade, do PS, lamenta o timing da queda do Governo.

“O que lamento sinceramente é por todos os portugueses, porque num momento tão difícil, em que até sábado se iria resolver a situação de Portugal e de outros países, com grandes dificuldades da dívida externa, o PSD ter feito uma coligação negativa e o Governo ter caído. É mau para Portugal e para os portugueses.”

Quanto às dificuldades que os problemas de acesso ao financiamento possam criar ao Estado para pagar os salários da Função Pública, por exemplo, Mota Andrade prefere “não criar alarmismo”.

O deputado socialista considera que as grandes obras em curso na região não serão afectadas.

“Ao longo destes seis anos foi feito o maior investimento de sempre, o IC5 em grande velocidade, o IP2, obras que só foram possíveis com o investimento do PS. E o investimento na saúde e na educação, com a renovação do Parque Escolar.”

Já a criação da ULS no distrito não deverá ser problemática, no entender de Mota Andrade, que garante apoiar José Sócrates como recandidato à liderança do PS e a Primeiro-Ministro.

Já Adão Silva, do PSD, mantém-se mais reservado até o Presidente da República se pronunciar sobre o pedido de demissão.

Mas considera que era inevitável este desfecho.

“O país chegou a um beco sem saída. Este Governo, apesar de lhe terem sido dadas todas as condições de governabilidade aquando da aprovação do Orçamento, manifestou uma incapacidade de resolver os problemas que se impunham”, defende. “E trouxe um conjunto de medidas que eram particularmente penalizadoras dos mais pobres, sobretudo dos pensionistas”, diz Adão Silva, considerando, por isso, que “tendo em conta o beco a que chegámos, é importante que haja eleições e que o novo Governo tenha maioria na Assembleia da República, seja de um ou vários partidos”.

Também o deputado social-democrata considera que as grandes obras em curso no distrito não serão afectadas, e que a criação da ULS, quanto muito, poderá apenas ser atrasada.

Escrito por Brigantia