Qua, 27/03/2024 - 09:29
A empresa sugeriu um aumento salarial, mas em relação a Dezembro de 2023, quando o salário mínimo era inferior a 800 euros. Assim sendo, os funcionários não concordam e decidiram avançar com a greve. “O aumento de 60 euros que sugeriram se fosse incrementado em relação a 1 de Janeiro de 2024, os trabalhadores estavam dispostos a aceitar, como foi em relação a Dezembro de 2023 e havia salários a 785 euros, os trabalhadores acharam insuficiente. Para se ter noção, pessoas que recebiam 785 euros, com a actualização do salário mínimo para 820 em Janeiro, ia-se reflectir em cerca de 15 ou 20 euros a mais e para essas pessoas é muito pouco”, referiu o dirigente sindical Márcio Pinheiro.
Os trabalhadores querem um aumento de 75 euros em relação a Janeiro de 2024, mais “avaliações de desempenho” e também uma actualização do subsídio de alimentação passando dos seis euros para os oito euros.
Segundo o sindicato, a empresa tem tido milhões de euros de lucro. Ainda assim, a grande maioria dos trabalhadores recebe salário mínimo. “Ao longo dos anos tem sido toda a gente corrida com o salário mínimo praticamente e as pessoas estão cansadas, porque a fábrica nos últimos seis anos teve 120 milhões de euros de lucro, com anos de covid, anos de guerra, falta de componentes e mesmo com esses lucros todos não é capaz de fazer aumentos sérios aos trabalhadores que são necessários”, afirmou.
A adesão à greve superou as expectativas, a rondar os 70%. “Muita gente que vem trabalhar são os trabalhadores precários, muitas vezes com ameaças de que podem ser despedidos, contratos mensais, esses têm sempre aquele medo de ficar sem trabalho e são os que vêm trabalhar”, acrescentou.
Com salários que consideram injustos e insuficientes, os funcionários da Faurecia voltam a fazer greve, hoje.
Contactámos a administração da empresa, que se recusou a prestar declarações.
Escrito por Brigantia