Silvano diz que a linha do Tua já tem sentença de morte

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Sex, 26/11/2010 - 15:38


Está confirmada a sentença de morte da linha do Tua. Pelo menos é essa a conclusão a que chega José Silvano, presidente do Município de Mirandela, depois do Governo ter aprovado, ontem, em Conselho de Ministros a suspensão parcial dos Planos Directores Municipais dos concelhos abrangidos pela futura barragem do Tua, para impedir alterações de uso do território, bem como a emissão de licenças ou autorizações que possam comprometer a concretização do aproveitamento hidroeléctrico de Foz Tua. José Silvano admite ainda que a empresa Metro de Mirandela venha a ser extinta.  

José Silvano admite ainda que a empresa Metro de Mirandela venha a ser extinta.

José Silvano a admitir que o governo deu ontem o passo definitivo para a machadada na linha do Tua ao aprovar a suspensão parcial dos PDM’s dos concelhos abrangidos pela futura barragem do Tua. Esta é uma das cinco novas barragens que a EDP irá desenvolver em Portugal. Situada no rio Tua, afluente do Douro, a barragem de Foz Tua terá uma potência total de 255 megawatts, estando o investimento estimado em cerca de 300 milhões de euros. A entrada em operação está prevista para 2014.

O também administrador da empresa Metro de Mirandela, que sempre se manifestou contra a barragem, deita a toalha ao chão e considera que é inevitável o encerramento da circulação ferroviária na extensão total entre Mirandela e o Tua. José Silvano está mesmo convencido que até ao final do ano o processo vai ficar concluído e a obra deve arrancar no início de 2011.

“Para que haja a construção da barragem na Foz do Tua, a EDP precisa que haja a suspensão do PDM. Antes, a câmara contestou essa suspensão em tribunal mas eles ganharam. Aliado à proposta de desclassificação que a REFER fez ao Governo e à decisão condicionada de a EDP construir a barragem, são um conjunto de factos que levam que até 30 de Dezembro a barragem seja um facto consumado”, explica o autarca.

Mesmo assim, José Silvano ainda espera, em conjunto com os restantes quatro autarcas dos concelhos atravessados pela linha, conseguir amenizar os efeitos desta decisão reivindicando à EDP a concretização de um plano de mobilidade que contemple a ligação ferroviária entre Mirandela e Brunheda, ou seja, o troço que não ficará submerso pela construção da barragem.

“Porque entre não ficar com nada e ficar com a linha a funcionar entre a Bruneda e Mirandela, e depois ligação através de outros meios até ao Tua, do mal o menos. O importante para Mirandela continua a ser o início e o fim de um percurso turístico que pode atrair gente ao Tua.”

José Silvano entende ainda que a circulação ferroviária deve passar a ser assegurada por uma nova operadora, o que implicará a extinção da empresa Metro de Mirandela.

“Tem de ser o mesmo operador a fazer o transporte ferroviário, fluvial e rodoviário. Será o fim da Metro de Mirandela e os trabalhadores serão integrados, uns nessa empresa e outros na câmara municipal.”

No entanto, Silvano promete que os autarcas do vale do Tua não vão desistir de lutar pela criação de uma agência de desenvolvimento regional, como contrapartida da construção da barragem.

Escrito por CIR