Qui, 26/08/2010 - 10:55
O projecto é do Centro Social e Paroquial de São Roque e custou cerca de 500 mil euros.
Segundo o presidente da instituição, o padre António Estevinho, vai ajudar as freguesias daquela zona do concelho de Bragança.
“Era imperioso avançar com um lar, porque é um meio com muita emigração e os idosos não têm retaguarda familiar. Para se ver como é prioritário, é uma casa com 27 lugares e já há 55 pedidos.”
Os habitantes da aldeia de Salsas é que ficaram animados com tanta agitação. Dinis Martins e Moisés Alves, ambos de 83 anos, acreditam que o lar vai ajudar a trazer mais vida e emprego à freguesia.
“Acho que sim, fazia falta aqui para os velhotes e para quem precisar. Podem ir para lá os doentes e mesmo alguns velhotes que estão em casa podem lá ir comer”, explica Dinis Martins, do alto dos seus 83 anos, admitindo que “pode trazer mais gente” à aldeia.
Já Moisés Alves, da mesma idade – “até fomos à inspecção no mesmo dia”, sublinha – diz que “quando chegar a ocasião de ir para lá, se houver vaga”, vai. Mas, “por enquanto ainda não estou disposto a ir”, garante, entre sorrisos.
O problema, para já, é mesmo a falta de apoio da Segurança Social.
E o Centro de Dia, que ainda não está activo, mas o padre António Estevinho admite que venha a ser necessário.
“De momento não está activa essa valência, mas é provável que se justifique”, começa por adiantar António Estevinho, explicando que “de momento ainda não há apoios da Segurança Social para os idosos que venham a residir nesta casa”.
Segundo o presidente da instituição, a mensalidade será a prevista na lei e ronda os 600 euros por utente. Mas segundo contas do Centro Paroquial, os custos por cada internado ascendem aos 1100 euros.
Se a situação não se resolver, o lar terá um prejuízo anual de cerca de 60 mil euros.
Mas Teresa Barreira, directora regional da Segurança Social, diz que ainda não há dinheiro disponível e pode nem vir a haver.
“A dificuldade, neste momento, é orçamental. Vamos avaliar o próximo orçamento-programa. A resposta social aos lares de idosos não tem sido prioritária nos anteriores, podemos antever que possa também não ser. Vamos gerir com parcimónia o orçamento que tivermos para ver se conseguimos celebrar um acordo de cooperação, mínimo que seja, para dar um sinal de apoio à instituição.”
A obra, que custou cerca de 500 mil euros, teve o apoio da câmara de Bragança em cerca de 30 mil e do Proder em 80 mil para compra de mobiliário, para além da Junta de freguesia, que cedeu o terreno.
O imóvel tem 27 quartos, cozinha, lavandaria, elevadores e duas salas de recreio.
Deve abrir ao público no final de Setembro.
Escrito por Brigantia