Pais de Castanheiro do Norte voltaram à carga e encerraram escola

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Qui, 18/09/2008 - 08:50


Os pais de Castanheiro do Norte e de outras localidades vizinhas mantiveram ontem o protesto contra o encerramento do infantário da localidade, frequentado por 17 crianças. A Câmara e o Agrupamento Vertical de Escolas decidiram concentrar todos os alunos no pólo do 1º Ciclo do Ensino Básico, o que perfaz 30 crianças.

O protesto dos pais começou segunda-feira, porque não aceitam que se juntem todos os alunos e impediram funcionários da Câmara de fazer a mudança. Acabou por ser realizada com a presença da GNR.

Os encarregados de educação não se deram por vencidos e ontem voltaram à carga. Entraram na escola e trouxeram para a rua alunos, professores e auxiliares, encerrando o estabelecimento.

 

Laura Pássaro era uma das mães que discordava com a concentração de alunos. “Tirámos os professores para cá para fora e ninguém entra enquanto não for resolvida a situação”, reivindicava. A encarregada de educação confessou-se “ desagrada” com as explicações que ouviu por parte do vereador da Câmara Municipal. “A escola primária não tem condições para tantas crianças e uma auxiliar só também não é suficiente para estar a tomar conta de 30 crianças”, denunciou ao mesmo tempo que garantia que enquanto a situação não se alterasse “os nossos filhos não vão para a escola”.

 

A GNR acabou por aparecer outra vez e depois de muita negociação, os pais acabaram por permitir a reabertura da escola, para uma reunião entre vários responsáveis.

No final, o presidente do Agrupamento Vertical de Escolas de Carrazeda de Ansiães, Jerónimo Pereira, disse estar optimista quanto à resolução dos problemas.

“Da parte dos professores vai haver uma tentativa de dialogar com os pais para que deixem os seus filhos voltar às aulas porque, de facto, os prejudicados são os filhos”, avançou.

 

Relativamente à falta de condições do edifício garantiu que foram dadas condições por parte da autarquia. Jerónimo Pereira explicou ainda que o pré-escolar e primeiro ciclo já tinham funcionado, noutros tempos, naquele mesmo edifício. “Já funcionava aqui o pré-escolar e o primeiro ciclo, mas com o aumento de alunos houve necessidade de alunos se deslocarem para outros estabelecimentos”, referiu. “Entretanto pediu-se à Câmara para fazer alguma intervenção neste edifício para mais tarde virem novamente para aqui”, continuou. 

 

Quanto à existência de apenas uma auxiliar para 30 alunos, Jerónimo Pereira nega que assim seja e diz que até houve benefícios com a concentração. Quando os meninos estavam separados só havia uma auxiliar, mas agora passam a ter duas, a auxiliar do pré-escolar e mais uma auxiliar da autarquia para ajudar”, garante. Ainda de acordo com o presidente do agrupamento “virem para a escola mãe, porque no fundo aqui sempre funcionou o pré-escolar e primeiro ciclo, para eles é mais um benefício por que passam a ter mais uma auxiliar”, concluiu.

 

O presidente do Agrupamento Vertical de Escolas de Carrazeda de Ansiães lembra também que quando o novo centro escolar de Carrazeda estiver pronto não haverá alternativa senão a concentração do pré-escolar e do 1º Ciclo no mesmo edifício.