Greve com pouca expressão em Bragança

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Qua, 24/11/2010 - 13:32


Escolas, Segurança Social e serviços de saúde são os mais afectados em Bragança pela greve geral. Esta manhã, os pais dos alunos da escola primária das Beatas foram surpreendido por um cadeado a fechar os portões.

“A escola está fechada. Deve ser por causa da greve, não sei”, dizia uma mãe, surpreendida pelo encerramento dos portões. “Sabia que no Estado ia haver greve mas não sabia que a escola ia estar fechada, ninguém avisou. De manhã ainda posso ficar com a minha filha mas à tarde tenho de a entregar à minha irmã.” Outra mãe queixa-se de “ninguém ter avisado”. “Agora vou ter de levar o meu filho comigo para o trabalho.”

Esta escola tem 65 alunos.

Os dois funcionários e três professores aderiram à paralisação.

Para além desta escola está ainda encerrado o Centro Escolar de Freixo de Espada à Cinta.

Nos infantários, estão encerrados o de Salsas e o de Santa Maria, em Bragança, Moimenta e Vilar de Lomba em Vinhais.

Em Argoselo também está fechada a escola primária e o jardim-de-infância.

Na Escola EB 2/3 Augusto Moreno, em Bragança, a adesão à greve foi pouco significativa, mas alguns auxiliares não foram trabalhar o que colocava em causa o funcionamento da escola e segurança dos alunos.

Facto que levou muitos pais a optar por levar os filhos de volta para casa.

“Vou levá-lo para casa. Como estou em casa posso ficar com ele. No caso do colega do meu filho a mãe vai ter de faltar para ficar com ele”, diz Almir Paredes.

Na Escola Augusto Moreno estão encerrados ainda os serviços administrativos. Fonte do Grupo de Apoio às Escolas da Terra Fria revelou que os números da greve de funcionários e professores rondam os dez por cento.

Na Segurança Social, a paralisação fez-se sentir sobretudo nos serviços de atendimento geral, em que dos cinco funcionários nenhum foi trabalhar hoje.

O atendimento está a ser assegurado com serviços mínimos por dois funcionários, como refere Teresa Barreira, directora do Centro Distrital de Segurança Social.

“Do universo da equipa de atendimento temos uma pessoa mais a chefe de equipa e teremos o apoio das pessoas que não estão a fazer atendimento, na eventualidade de haver picos. Mas a percepção que tive é que estão a vir menos pessoas do que é normal.”

À hora de almoço os serviços vão estar encerrados, ao contrário do habitual.

Já nas Finanças, a Tesouraria está encerrada.

Nove dos 28 funcionários aderiram à greve e três estão de férias.

Na câmara municipal, apenas 17 por cento dos funcionários não foi trabalhar, segundo dados da autarquia.

Os sete autocarros que asseguram as linhas rurais do Serviço de Transportes Urbanos, os STUB, saíram esta manhã para as aldeias.

Mas dos três autocarros que asseguram as linhas urbanas, apenas um está ao serviço.

A este junta-se um autocarro eléctrico, que também está a funcionar.

A recolha do lixo também se processou com normalidade, esta madrugada, com os 16 trabalhadores ao serviço.

No hospital de Bragança, o turno da noite registou uma adesão de 70 por cento de enfermeiros.

Já esta manhã, o representante do sindicato dos enfermeiros, Telmo Afonso, dizia que durante o dia há serviços condicionados.

“Há serviços com adesão de sem por cento. Medicina mulheres, Cuidados Intensivos, Diálise. No bloco operatório metade dos enfermeiros estão em greve e vai haver operações programadas que não podem ser feitas. Nas consultas externas também as pessoas vão ter que entender que não há pessoal para atender devido à greve.”

No centro de Saúde da Sé não haverá consultas.

Os 16 funcionários administrativos estão em greve.

Esta manhã apenas três dos nove médicos compareceram, tal como dois dos dez enfermeiros.

Também as ligações entre Bragança, Vila Real e Lisboa por avião estão hoje suspensas.

Todos os voos foram cancelados.

 

Nos autocarros, as carreiras longas estão a ser asseguradas com recurso a motoristas de outros pontos do país, já que os nove trabalhadores de Bragança aderiram à greve.

A nível distrital, os CTT tiveram 40 por cento de paralisação. “Mas há números muito díspares”, adianta Carlos Alves, do Sindicato Nacional de Trabalhadores dos Correios. “Em Torre de Moncorvo, dos cinco funcionários só a chefe da estação é que está a trabalhar. Em Freixo de Espada à Cinta, dos quatro funcionários, dois não apareceram. Mas em Bragança estão todos os do atendimento ao público. No Centro de Distribuição Postal é que pararam 11 dos 21 funcionários”, explicou.

 

Escrito por Brigantia