Qua, 10/08/2022 - 11:32
São muitas as queixas de privados, instituições e empresas que enfrentam constrangimentos por não terem electricidade e porque as quebras de energia causam também prejuízos em vários aparelhos. O presidente da câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, diz-se mesmo indignado com a empresa E-Redes por não resolver o problema e não dar uma justificação para o arrastar desta situação.
“As pessoas têm luz, passadas duas ou três horas estão sem luz, depois voltam a ter, neste último mês tenho andado a reportar e em contacto permanente com responsáveis da E-Redes e a verdade é que me dizem que têm havido avarias nas redes que estão a reparar. Mas o problema é que as avarias nunca mais acabam, não há uma explicação convincente para estes cortes de energia, não tenho memória de um tão péssimo serviço da E-Redes ao concelho de Vimioso como neste período e não consigo compreender como demora tanto tempo a resolver um problema destes”, refere.
Os cortes são frequentes no último mês e por vezes por longos períodos do dia. Além da sede de concelho, o problema repete-se em várias localidades, como a vila de Argozelo, Carção, Santulhão, Matela e Junqueira. O autarca diz que é inadmissível que a situação não seja resolvida e a próprio fornecimento de água é afectado.
“Causam constrangimentos enormes, a nós mesmo autarquia, na questão do abastecimento da água. Precisamos das bombas a funcionar 24 horas por dia e obriga-nos a ter funcionários o dia inteiro ao pé das bombas, caso eles se desliguem”, afirmou.
Na Cooperativa Agro-pecuária de Carne Mirandesa, instalada na zona industrial de Vimioso, as quebras de energia, embora não muito prolongadas são frequentes e já levaram a avarias em vários equipamentos. Nuno Paulo da cooperativa fala em prejuízos a rondar os 50 mil euros.
“Foi um caos, tivemos várias quebras, falha a luz e vem, as máquinas estão a trabalhar e com essas interrupções, o impacto provoca avarias, depois os picos de corrente que acontecem queimam os sistemas de bobinagens das máquinas, houve três compressores de frio que queimaram”, esclarece.
Também no Lar de Idosos de Argozelo a situação traz problemas, nomeadamente aos utentes que necessitam de oxigénio 24 horas por dia, como explica a directora técnica da instituição, Inês Ataíde. “Temos utentes que estão ligados ao oxigénio 24 horas por dia e faz com que elas não possam usar oxigénio nesses momentos de corte de energia”, afirmou. Neste caso o lar está a ponderar adquirir um gerador, para evitar estes problemas.
Contactada a E-Redes sobre estes problemas, a empresa respondeu que tem “empenhado todos os recursos operacionais na detecção e resolução das avarias verificadas na rede de média tensão no concelho” e que sempre que identifica avarias “as reparações são de imediato realizadas para normalizar o serviço aos clientes, da forma mais célere possível”. A empresa admite que se têm registado incidentes que têm afectado o normal funcionamento de energia eléctrica na zona e “lamenta os incómodos causados”. A empresa admite a possibilidade de compensações aos clientes afectados, quando entender que se enquadra no regulamente. Escrito por Brigantia.