Fábrica assegura futuro de raça bovina mirandesa

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Qui, 11/08/2011 - 09:22


Foi ontem inaugurada a unidade industrial de transformação de carne bovina mirandesa, em Vimioso.Um projecto que estava a ser desenvolvido desde 2004 pela Cooperativa Agro-Pecuária Mirandesa.Nesta fábrica, que já criou 13 postos de trabalho, para além da desmancha das carcaças vai ser possível fazer pré-cozinhados. 

“O trabalho aqui começa pela desmancha, embalamento, charcutaria e pré-cozinhados com jardineira, mão de vaca, patés de fígado, hambúrgueres e almôndegas” exemplifica o presidente da cooperativa, António Luís, acrescentando que “já temos a distribuição garantida não só no distrito de Bragança, como a nível do país e no estrangeiro nomeadamente a França, Luxemburgo e estamos a começar na Alemanha”. Os criadores de bovinos de raça mirandesa acreditam no sucesso deste projecto para a valorização da carne. “Vem complementar a venda porque o bife e a costeleta estão vendidas por natureza mas as outras partes é que havia mais dificuldades e isto é uma maneira de fazer melhorar o escoamento desse produto” refere José Alves. “Antes tínhamos animais, como é o caso dos touros, que tínhamos de vender a particulares e ao desbarato e com esta unidade acho que vai haver melhor escoamento de carne” considera Álvaro Miranda. Já João Marcos entende que “é uma unidade que vai trazer muitos benefícios para a raça mirandesa no distrito pois os animais que nós criamos têm o escoamento garantido”.Actualmente o efectivo ronda os 5600 animais.O director-geral da cooperativa espera que os criadores aumentem a produção para garantir a sustentabilidade da fábrica.“Nós temos aqui quatro linhas independentes e se tivermos produção isto pode trabalhar sete a oito mil carcaças por ano” aponta Nuno Paulo, salientando que “esta fábrica é o futuro da raça mirandesa mas o sucesso dela passa também pelo criador aumentar a produção”.Na inauguração esteve o secretário de estado das florestas e desenvolvimento rural.Daniel Campelo considerou este projecto um exemplo que deve ser replicado noutras raças.“O facto de existir uma unidade organizada numa fileira importante que é a carne de raças autóctones e de grande qualidade como é a raça mirandesa, é uma esperança para os produtores e para outros que estejam a pensar em aproveitar a terra que está abandonada para aumentar os seus efectivos pecuários” afirma o governante. “Nós podemos crescer bastante na auto-suficiência do abastecimento de carne e até exportar estes produtos de alta qualidade. Em vez de importarmos carne da América do Sul devemos aumentar a nossa produção e explicar às pessoas que temos carne bem melhor do que a que importamos”.

Esta unidade industrial de transformação de carne bovina mirandesa representa um investimento de quatro milhões de euros, financiado em 38% pelo PRODER.

Escrito por Brigantia