Qua, 25/06/2025 - 08:14
José Alberto Pereira, investigador na área da olivicultura no Instituto Politécnico de Bragança, em particular no Centro de Investigação de Montanha, do qual é diretor, não tem dúvidas de que é preciso apostar na diversidade de variedades nos olivais da região. “Temos tendência a fazer grandes áreas da mesma variedade e se houver um fenómeno as plantas vão-se comportar todas da mesma forma. Nos olivais antigos tínhamos muitas variedades dentro da mesma parcela. Uma eram afetadas e outras não. Então, tínhamos sempre produção. Eu concordo sempre com a diversidade varietal. Se vamos plantar um olival não o devemos plantar todo da mesma variedade”.
Ainda assim, o investigador defende que os agricultores não podem ser extremistas. “Também não vamos voltar àquela altura em que num olival de cem oliveiras temos 10 variedades, em que, depois, na colheita nos pode causar problemas”.
Fundamental é também apostar naquilo que é local. “Muitas vezes, compram-se variedades de outras regiões, com comportamentos distintos, e aqui não se adaptam bem.
Estamos a caracterizar as nossas oliveiras e variedades regionais para perceber quais têm mais interesse em termos de adaptação e produção. Depois, tentamos incentivar os agricultores a plantar essas variedades”.
Durante a floração ou a frutificação, o calor excessivo pode provocar a queda de flores e frutos jovens, reduzindo a produção. Pode ainda acelerar a maturação das azeitonas, diminuindo a qualidade do azeite. Já a geada tardia também afeta a floração e reduz a frutificação. Se ocorrer no outono, danifica as azeitonas ainda verdes e afeta o rendimento em azeite. A chuva torrencial pode provocar fissuras nos frutos e favorecer doenças fúngicas como a gafa.
Escrito por Brigantia