Ter, 18/11/2008 - 08:55
Ambos com 35 anos de idade, formaram-se ao mesmo tempo na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e acabaram por se apaixonar pela região.
A esse fascínio juntaram-lhe um carinho especial pela raça de porcos bísara e compraram um terreno de 20 hectares naquela freguesia.
Com a ajuda de fundos comunitários investiram 350 mil euros numa moderna pocilga, e neste momento têm 120 porcas reprodutoras e cinco machos.
Dois anos depois de iniciar a actividade são premiados na Galiza.
“Nós ganhamos o prémio de Jovens Agricultores Inovadores ao qual se candidataram mais cinco empresas” adianta Hugo Batista. “Estamos orgulhosos porque se aquilo é uma feira para espanhóis e entregam o prémio a portugueses é porque viram aqui alguma coisa” afirma.
A raça bísara é autóctone de Portugal e desde a sua certificação com Denominação de Origem Protegida tem aumentado a sua procura, nomeadamente através do fumeiro.
O leitão bísaro também já ganhou o seu espaço, a tal ponto que o que Quinta da Castanheira produz tem uma procura muito superior à oferta. “Eu tenho aqui 120 porcos mas posso ter 300 que eu escoo o produto” refere. “Está a ter uma boa aceitação pois os restaurantes não páram de ligar e os pedidos são mais do que aquilo que nós conseguimos produzir”, acrescenta.
Para que a carne de leitão bísaro seja de alta qualidade é preciso respeitar alguns requisitos.
Na Quinta da Castanheira os porcos vivem ao ar livre, pastam em lameiros como se fossem ovelhas e são alimentados com os produtos que a terra dá. “Comem castanhas, abóboras, milho e apanhamos toda a fruta para eles e isso tem de ter influência na carne” refere.
Não será a única, mas esta é uma das condições que distinguiram a Quinta da Castanheira, no Vilarinho, em Carrazeda de Ansiães, como o primeiro prémio de inovação agrícola, num concurso da Feira de Silleda, na Galiza, Espanha.