Ex-bombeiro confirma mau ambiente na corporação de Mirandela

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Sex, 27/02/2009 - 10:21


É mais uma voz a denunciar que existe mau ambiente nos bombeiros de Mirandela e que a direcção move uma perseguição constante a alguns soldados da paz daquela corporação.

Depois do comunicado distribuído na cidade do Tua, pelo STAL, a denunciar que a direcção não respeita os direitos dos trabalhadores e que existe perseguição e coacção a bombeiros, agora um antigo motorista auxiliar do corpo activo daquela corporação vem confirmar que a direcção tem um tratamento desigual para com os bombeiros.

Mário Alves socorre-se do seu caso pessoal para exemplificar o comportamento da direcção.

 Foi motorista auxiliar do corpo activo dos bombeiros de Mirandela durante quatro anos. Há cerca de dois meses foi excluído verbalmente e, até hoje, ainda não lhe foram dadas explicações sobre as razões que levaram ao seu afastamento. “Foi-me dito por alguém que estava no quartel para não me fardar e que o melhor era ligar ao comandante. Liguei logo e disse-me que estava fora do quadro activo. Perguntei porquê mas, até hoje, nunca me soube explicar. Apesar de gostar de fazer voluntariado, a minha vida não me permite muito. O voluntariado é quando as pessoas podem e não quando ele quer”, explicou o antigo motorista. Mário Alves concorda com as denúncias do STAL acrescentando que o mau ambiente que, alegadamente, se vive na corporação fica a dever-se a um tratamento desigual por parte da direcção e do comando. 

“As pessoas não se sentem seguras. Há um mal-estar, está tudo minado. Tudo o que seja dito o comandante sabe. Não se pode dizer nada porque está tudo a par da situação”, acusa.

 Mário Alves alerta para as consequências que esta situação pode vir a trazer, afirmando que são muito poucos os voluntários que aparecem para o combate aos incêndios. O ex-bombeiro considera ser muito difícil mudar este estado de coisas, porque, no seu entender, existe um sistema instalado que não permite vozes discordantes. 

“Se tocar a sirene só aparece um ou dois bombeiros, não aparece mais ninguém. Se um dia há aqui uma tragédia não temos mais ninguém”, lamenta, denunciando a falta de espírito de voluntariado. “Não existe. Só se houver merendas e jantaradas. Aí aparecem muitos bombeiros. No que toca a incêndios não aparece quase ninguém. Aliás, alguns bombeiros aparecem no Verão quando é para receber dinheiro. Não é fácil mudar porque está ali um sistema instalado”, sublinha.

 

O ex-motorista auxiliar dos bombeiros de Mirandela também não concorda com o facto do comandante da corporação ter direito a viatura própria com todos os encargos suportados pela direcção, considerando Mário Alves que, em tempo de crise, é preciso poupar.

Escrito por CIR