Qui, 20/03/2008 - 09:15
Muitos casos não chegam a tribunal porque o medo ainda persiste. O Major Sá Pires, da GNR de Bragança esclarece que, “às vezes as vítimas não querem que o marido vá preso, contactam – nos ou às vezes à segurança Social, mas é no sentido de fazer um pedido de socorro, ela quer é que cesse a agressão não quer desarticular a família”.
Ainda assim, dos casos que chegam à barra do tribunal, nenhum dos agressores foi condenado a penas de prisão. O tema da violência doméstica esteve em debate esta quarta-feira em Alfândega da Fé. Algumas vítimas já tiveram de ser acolhidas numa casa abrigo do Porto, dirigida por Teresa Rosmaninho considera fundamental haver este tipo de infra-estruturas na região transmontana, “eu acho que Portugal como os outros países devia ter pelo menos uma casa abrigo por distrito, criada de raiz, uma casa criada para esse fim, ao abrigo da lei, eu acho que era fundamental haver aqui”. Quanto à melhor localização de uma casa abrigo na região trasmontana”, Teresa Rosmaninho diz que, “a GNR podia dar uma indicação de qual a melhor localização geográfica”.
Neste encontro surgiu também a necessidade de criar uma rede entre todas as entidades de intervêm nesta área, para que a ajuda seja mais articulada. Berta Nunes, coordenadora da sub-região de saúde de Bragança refere que, “quando uma vítima procura ajuda o que queremos é que toda a rede de apoio possa trabalhar em conjunto para encontrar as melhores soluções, para evitar que as pessoas andem por todas as instituições a contar a sua história”.
Todos os centros de saúde do distrito já têm implementado os núcleos de prevenção da violência doméstica. O de Miranda do Douro é que regista até agora maior número de casos.