Colégio de Chacim pode fechar dentro de três anos

PUB.

Sex, 08/04/2011 - 12:04


O Colégio Ultramarino de Nossa Senhora da Paz, em Chacim, Macedo de Cavaleiros pode fechar nos próximos 3 anos se se mantiver a decisão de reduzir o número de turmas contratualizadas.

O estudo de diagnóstico e de reorganização da rede de escolas de ensino particular e cooperativo com contrato de associação, que foi encomendado pelo ministério da Educação à Universidade de Coimbra sugere que o número de turmas contratualizadas passe de 5 para 3 já no próximo ano lectivo.

 

Na parte do estudo dedicada à sub-região do Alto Trás-os-Montes são os colégios de Torre Dona Chama e Chacim que integram a rede de EPC.

 

Quanto ao Colégio EB 2,3 de Chacim, a proposta é que o número de turmas contratualizadas passe de 5 para 3 já no próximo ano lectivo.

 

Uma sugestão justificada com o “decréscimo populacional significativo” que representa uma perda de 7,82 % dos habitantes entre os anos de 1991 e 2001 no município de Macedo de Cavaleiros.

 

Uma situação que preocupa o autarca Beraldino Pinto que afirma que o Colégio pode mesmo vir a fechar no prazo de 3 anos, caso esta proposta avance.

  “Estamos a tentar reverter a decisão dos serviços do Ministério de Educação de pôr em causa todo o funcionamento em definitivo, uma vez que para o próximo ano já comunicaram formalmente a não manutenção do financiamento para duas turmas em concreto e isso porá em causa todo o funcionamento daquele colégio”. 

O autarca realça ainda a importância desta instituição para toda a região transmontana.

 

 “O colégio tem provas dadas, tem eficiência responde a um público muito específico, com uma vertente de apoio social muito grande e não deve ser tratado como se de um qualquer colégio se tratasse… Não é um colégio normal, que fica relativamente próximo de uma outra escola que neste caso é a da cidade, trata-se de um colégio muito específico que pela sua dimensão pequena, consegue dar respostas que, em situação normal, a outra escola não consegue.”

 

Já a Irmã Emília Seixas, directora do Colégio considera que mesmo que esta medida avance, a instituição pode continuar a funcionar desde que haja outras formas de financiamento.

 

 “Pode sempre vir a fechar, não quer dizer que feche. Vai depender muito, primeiro da escolha dos pais. Se os pais e encarregados de educação acharem que o ensino particular tem vantagens relativamente ao estatal, seja a que nível for, e quiserem continuar a trazer os alunos no ensino particular, podem. Embora a turma não seja financiada pelo Ministério da Educação… Temos de arranjar outro tipo de financiamento, seja com os pais a suportar os gastos, neste caso pagando uma propina mensal ou doutra forma.”

 No entanto, a directora refere ainda que a actual situação política do país não permite ter certezas absolutas.

Por isso mantém-se numa posição de expectativa.

 

“Não ponho já as coisas definitivamente fechadas. Não posso dizer que em 2013/14 o colégio fecha. Não posso dizer isso. Posso dizer que é provável que o financiamento do estado vá sendo progressivamente reduzido, o que não quer dizer que feche, se houver encarregados de educação que dêem prioridade à educação dos filhos, o colégio pode continuar perfeitamente”.

 

Actualmente o Colégio Ultramarino de Chacim tem 119 alunos, 20 dos quais em regime de internato, e o financiamento por parte do estado cobre as despesas com o pessoal docente, sendo o restante assegurado pela própria instituição.

 

Destes 119 alunos, 87 são do Município de Macedo de Cavaleiros, 14 de Mogadouro, 12 de Mirandela, 4 de Alfândega da Fé e ainda um de Bragança e outro de Vila Flor.

Escrito por CIR