Cirurgias “desviadas” de Macedo

PUB.

Sex, 03/10/2008 - 08:29


A comissão de saúde de Macedo de Cavaleiros diz que as valências do hospital local não estão a ser aproveitadas. Dá o exemplo das cirurgias na área da ortopedia que, segundo a comissão, estão a ser encaminhadas para unidades privadas, como é o caso de Valpaços, no distrito de Vila Real.  

A comissão não compreende esta situação por considerar que em Macedo de Cavaleiros há disponibilidade para realizar as operações. “Tivemos conhecimento que os blocos de cirurgia, afectos à ortopedia, não estariam a ser plenamente utilizados” afirma o presidente da comissão acrescentando que “há muitas situações de doentes que, depois de ser excedido o prazo, recebem o cheque-cirurgia e são deslocados para fora do distrito sendo operados noutro locais nomeadamente em Valpaços”.

 

Segundo José Madalena, a unidade hospitalar de Macedo de Cavaleiros dispõe de condições mais do que suficientes para que não tenha necessidade de deslocar utentes. “Tem duas salas muito bem equipadas para cirurgia ortopédica e profissionais do melhor que há” por isso “custa-nos a crer que os recursos não estejam a ser aproveitados e que se gere uma situação de deslocação de doentes, com incómodos e prejuízos”.

José Madalena diz vai tentar apurar junto do conselho de administração a razão pela qual os utentes são enviados para outros locais, até porque não encontra proveitos na situação.

 

 O presidente da Comissão de Saúde alega que a melhor forma de fazer frente à lista de espera, é aumentando o horário extra-serviço. Mas para isso é necessário pagar uma verba adicional aos profissionais. Mesmo assim, pagar transferências para outras unidades, incluindo privadas, pode representar uma despesa ainda maior. “É uma situação verdadeiramente absurda e suspeito que isto conduz a maiores custos para o centro hospitalar” afirma José Madalena.

 

Contactado o Centro Hospitalar do Nordeste, a administração diz não ter conhecimento do assunto, afirmando que não foi recebida nenhuma reclamação por parte da comissão de saúde a denunciar esta situação.