Brigantina licencia-se com honras de primeira classe na Inglaterra

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Qui, 19/09/2024 - 09:06


Numa época em que centenas de jovens chegam a Bragança para estudar, Telma Gonçalves decidiu, há quatro anos, fazer precisamente o contrário: ir embora. A brigantina, que nem sequer acabou o secundário em Portugal, foi para o Reino Unido, onde acaba de se licenciar, com honras de primeira classe

Em 2020, com vontade de conhecer mundo, Telma Gonçalves candidatou-se a uma universidade, no Reino Unido, para estudar Fisioterapia. Na primeira semana de aulas do 12º ano recebeu a noticia de que fora aceite e saiu do país. A brigantina teve de fazer o ano zero e depois entrou na licenciatura. Apesar de estudar num país com hábitos de estudo e ensino diferentes, consegui terminar a licenciatura com distinção. “Eles escolhem as pessoas que tiveram as médias mais altas no curso. É um bocadinho difícil de fazer a conversão para a média em Portugal, porque eles aqui usam a mesma média que usam na América, de 0 a 4.5. E eu acho que eles atribuem as menções honrosas que têm uma média superior a 3,80 ou 3,90. E sim, acabei com uma média alta, tanto como deram a menção honrosa”.

A jovem atravessou vários desafios mas o que mais lamenta é ter perdido a vida universitária tal como é vivida em Portugal. “Eles aqui não têm muito a vida universitária, ligam mais à vida académica e à vida desportiva, tanto é que nem têm aulas durante um dia da semana, porque toda a gente vai ter jogos. Portanto, eles aqui não têm aquela vida académica como nós temos em Portugal, que é a praxe, a vida nocturna, e o que eu mais queria era a praxe”.

Deixando para trás algumas coisas que só em Portugal podia ter vivido, o curso, na Inglaterra, também não foi propriamente fácil. Para ultrapassar tudo isto valeram-lhe os jovens portugueses que conheceu. “O curso em si foi difícil, foi bastante difícil. Eles aqui têm uma taxa muito mínima de pessoas que aceitam de fora do país. A maior parte da minha turma era toda inglesa. Mas acho que foram os amigos que fiz aqui que me ajudaram muito. De facto, foi bastante bom no que remete para chamar o novo país de casa e para não ter tantas saudades de casa. Portanto, apesar de muitos altos e baixos, eu acho que a experiência no total foi bastante agradável”.

Em Portugal, segundo Telma Gonçalves, o curso de fisioterapia só oferece estágio no último ano de licenciatura, ao passo que na Inglaterra o há todos os anos. Além disso, segundo contou, a área também está mais desenvolvida no país onde agora vive e é, sobretudo, por isso que quer por lá ficar a trabalhar. “Claro que o salário está no meu pensamento mas a Inglaterra é um dos países em que a área da fisioterapia está muito mais desenvolvida. Eu tive estágios em saúde da mulher, que é uma área que se está a desenvolver muito neste país e que em Portugal ainda está um bocadinho atrasada. Há muitos congressos aqui de fisioterapia, há muitas oportunidades que oferecem a fisioterapeutas... acho que é o salário que me faz querer ficar mas é uma junção de todas as coisas. São as oportunidades para a carreira que existem aqui, oportunidades da aprendizagem, congressos”.

Telma Gonçalves deixou Bragança não por não gostar da terra natal mas porque diz que ambicionava conhecer, em termos de estudos, outros países e culturas.

A jovem acaba de se licenciar, com distinção, no curso de Fisioterapia, área que quer exercer no Reino Unido.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves