Bragança é o distrito mais queimado este ano

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Ter, 08/09/2009 - 10:58


O distrito de Bragança continua a ser o mais afectado pelos incêndios este ano. Segundo um relatório da Direcção Geral de Florestas, ontem conhecido, a área ardida entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto chega quase aos seis mil hectares.  

Vila Real é o segundo distrito do país mais fustigado pelas chamas, com 5098 hectares queimados.

 

Segundo o mesmo relatório, o oitavo do ano, a maior parte da área consumida pelas chamas era mato, com apenas 874 hectares de floresta ardidos no distrito de Bragança.

 Em Vila Real, a diferença não é tão acentuada, já que 1486 dos cerca de cinco mil hectares queimados eram floresta.

Em termos gerais, os meses de Julho e Agosto açambarcam mais de metade dos 3636 incêndios registados este ano.  No que à área ardida diz respeito, quase 75 por cento foi queimada nos últimos dois meses.

 

Mas se o distrito de Bragança é o mais afectado do país, o segundo comandante dos bombeiros de Bragança, Carlos Martins, revela que o concelho tem escapado quase incólume.

 

“Felizmente, no concelho de Bragança não se têm verificado muitos incêndios mas no distrito sim.” O fogo de ontem, na zona do Penacal, terá sido “o quarto” deste Verão no concelho.

 No entanto, foi precisamente num desses poucos incêndios que já lavraram no concelho de Bragança que se registou a segunda maior área ardida do ano.

O incêndio que lavrou em Calvelhe, entre 23 e 24 de Agosto, destruiu 1300 hectares de mato e floresta e está ainda a ser investigado.

 

Dos 49 grandes incêndios deste ano, ou seja, daquelas ocorrências que consumiram mais de cem hectares, nove registaram-se no distrito de Vila Real e oito no de Bragança.

 

Destes, as autoridades concluíram que três tiveram origem em actos negligentes (em Tuizelo, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães), e que o de Celas, a 22 de Agosto, teve mão criminosa. Dois dias depois, lavrou um outro incêndio junto à aldeia de França, de origem desconhecida, enquanto as ocorrências de Seixo de Ansiães (Carrazeda de Ansiães), Espinhosela e Calvelhe (ambos no concelho de Bragança), permanecem ainda em investigação.

 

Em termos nacionais, a área ardida este ano duplicou relativamente a 2008. Segundo o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, em declarações à Lusa, esse aumento deve-se às “condições climatéricas, que são piores” este ano.

Escrito por Brigantia