Sex, 27/08/2010 - 10:22
Segundo o comunicado, a lista final de escolas a encerrar mostra que há concelhos que ficam reduzidos a uma escola e sublinha que Trás-os-Montes é uma das regiões mais afectadas por esta medida.
Luís Vale, dirigente distrital do BE, critica o “investimento deitado fora” na recuperação de algumas escolas que agora fecham e diz que ninguém pensou nas crianças.
“Em última análise, os interesses a salvaguardar deveriam ser os dos alunos e não me parece que seja essa a preocupação do Ministério da Educação, mas sim uma racionalização dos custos. Por outro lado, ainda há muito pouco tempo assistimos a uma requalificação do parque escolar e agora há muitas dessas escolas que vão encerrar.”
Apesar de concordar que manter escolas com dois ou três alunos não é benéfico, Luís Vale diz que não é possível ter a mesma medida para o Litoral e para o Interior.
“Também não defendemos que as crianças devam estar em escolas isoladas mas devemos ter em atenção a fisionomia e geografia do terreno. Ao falarmos de Trás-os-Montes não estamos a falar de qualquer região do litoral e dos grandes centros urbanos. Devia ter sido estudado caso a caso e não feito de forma insensível e cegamente.”
O Bloco de Esquerda chama a atenção para o facto de muitos concelhos ficarem só com uma escola primária, concentrada na sede de concelho.
“Em alguns dos concelhos, a dispersão das aldeias é grande e já era difícil deslocar as crianças de umas aldeias para outras. Agora, é pior”, diz.
Para além de Alfândega da Fé, o comunicado do Bloco de Esquerda faz referência ainda a mais cinco concelhos em toda a região de Trás-os-Montes: Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Murça, Sabrosa e Peso da Régua.
Segundo os bloquistas, esta medida demonstra “o desprezo da administração central e local para inverter os fortes índices de despovoamento e de abandono do território”.
O Bloco de Esquerda contra a forma como foi conduzido o processo de encerramento de escolas no Nordeste Transmontano.
Escrito por Brigantia