Aumento dos combustíveis prejudica agricultores

 “Hoje as plantações são feitas à base de mecanização”, explica Mário Abreu Lima salientando que “com os aumentos brutais dos combustíveis, os custos de produção saem extraordinariamente agravados e isto cria situações de uma gravidade enorme para o agricultor”. Para o responsável, o governo português tem poucas medidas de apoio, para que o agricultor possa enfrentar a concorrência espanhola. “Os custos de produção têm aumentado, desafiam-nos para sermos competitivos, mas não nos criam condições para isso”, denuncia o vice-presidente da CAP. “Por exemplo em relação ao nosso principal concorrente, que são os vizinhos espanhóis que têm electricidade verde mais barata, os combustíveis mais baratos, têm apoios do Estado que nós não temos”, assinala Mário Abreu Lima acrescentando que “vamos caindo, o momento actual é bastante pior do que aquele que se vivia no ano passado”. Os agricultores queixam-se das constantes subidas do preço do gasóleo agrícola, referem que não compensa trabalhar com o tractor ou outras máquinas agrícolas e, mais vale, terem uma pequena horta para consumo próprio.”O tractor vai mas é ficar no curral, deixo tudo abandonado, mais vale fazer uma horta só para a gente, se Espanha tivesse mais perto íamos lá buscar o combustível”, refere António José Silva, um dos inúmeros agricultores presentes, ontem nas comemorações do Dia do Agricultor, no Auditório da Associação Comercial e Industrial de Macedo de Cavaleiros.Uma iniciativa organizada pela autarquia local que visa homenagear os agricultores do concelho e que contou com um seminário sobre o Plano de Desenvolvimento Rural para 2007 a 2013, um sorteio de alfaias agrícolas e um desfile de tractores pelas principais ruas da cidade.