Ter, 14/12/2010 - 09:05
“Eu noto que há mais pessoas a precisar e no meu caso é muito porque eu e o me marido estamos desempregados, só eu é que recebo subsidio e não dá para aguentar. Temos uma renda de casa grande e dois filhos” conta uma beneficiária.
“A mim disseram-me para vir aqui buscar alimentos, assim sempre se passa melhor o Natal” refere outro.
O Banco solidário pretende ajudar as famílias mais necessitadas do concelho ao longo de todo o ano.
Nesse sentido vai ser criada uma Loja Social, de venda em segunda mão, para angariar verbas para a solidariedade.
Segundo a directora do Banco Solidário da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, nesta campanha de Natal já foi notório o aumento de famílias a pedir ajuda.
“Não é bom sinal, mas a solidariedade também duplicou” refere Matilde Machado, acrescentando que “o cabaz tem arroz, massa, leite, óleo, azeite, cereais e enlatados para que possam durar mais tempo”.
O provedor da santa Casa de Mirandela afirma que quem precisa, precisa todo o ano.
“Nós devíamos fazer uma distribuição regular, pelo menos mensal” considera, acrescentando que “ao longo do ano vamos desenvolver várias acções pois chegamos à conclusão que a população não precisa apenas de alimentos. Há outras carências igualmente importantes”.
Manuel Araújo pretende que seja criada uma loja social para angariar verbas para ajudar a colmatar outras necessidades das pessoas.
“É para podermos vender alguns artigos sem segunda mão” e o dinheiro vai reverter para a compra de “medicamentos, livros ou até melhoria de habitações”.
Em tempo de crise têm aumentado os pedidos de ajuda, grande parte derivados do aumento de desempregados.
E prevê que 2011 poderá ser um ano ainda pior em termos de pedidos de ajuda social.
“Vai piorar porque os cortes nos vencimentos vão-se prolongar” refere.
O simples acto de dar e receber pode fazer toda a diferença nos tempos difíceis de avizinham.
A autarquia de Mirandela é também parceira neste projecto do Banco Solidário.
O presidente da câmara comunga da opinião de estender a solidariedade ao ano todo, mas lamenta as actuais politicas sociais da própria Segurança social.
“O importante não é dar só no Natal” salienta José Silvano. “Nós detectámos que há cerca de 100 famílias no concelhos que precisavam que isto fosse dado mensalmente” por isso, “nós pedimos à Segurança Social que entrasse neste banco voluntário, mas legalmente não é possível. Mas podíamos juntar tudo e ter isto todo o ano”.
No concelho de Mirandela já são trezentas as famílias carenciadas a beneficiarem do cartão social da autarquia de Mirandela, que permite descontos em medicamentos e no acesso a diversos serviços públicos.
Escrito por CIR