Sindicatos querem que Governo também apoie professores da região que fazem muitos quilómetros por dia

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Qui, 12/09/2024 - 09:46


O Governo vai pagar um subsídio aos professores que se desloquem mais de 70 Km da sua residência para leccionar em agrupamentos de escolas com falta de docentes. O apoio varia entre os 150 e os 450 euros

No entanto, só se aplica em escolas de Lisboa, Alentejo e Algarve, onde há mais carência de professores.

Os sindicatos consideram que a medida devia ser aplicada a todo o país. Na região há docentes a fazerem mais de 100 Km por dia. Uma realidade apontada por Joaquim Salgueiro, dirigente de Bragança do Sindicato dos Professores da Zona Norte. “Na região de Bragança deslocam-se a grandes distâncias e vão ficar de fora destes apoios. Será justo? Não me parece. Portanto, nós continuamos a lutar, na deslocação, para aqueles que têm de ter duas habitações também têm de ter uma ajuda e aqueles que gastam dinheiro em material escolar para puderem dar as aulas”, apontou.

A FENPROF já tinha proposto um subsídio para professores que se deslocam nas zonas do Interior, no entanto, não chegou a ser aprovado. Paula Tomé, do secretariado da FENPROF e dirigente de Bragança do Sindicato dos Professores do Norte, considera que os docentes da região também deviam ser contemplados. “Claro que fazia sentido para outras zonas, porque de Bragança mesmo que se desloquem para a zona do Douro Sul é muito distante, mas o Ministério teve esta decisão e não houve possibilidade de negociar”, disse.

Se um professor da região for colocado em Lisboa, Alentejo e Algarve será contemplado com o subsídio. Ainda assim, o Sindicato dos Professores do Norte defende mais. “A habitação era sem dúvida uma das melhores medidas”, defendeu.

Para o Sindicato Independente de Educadores e Professores este apoio do Governo cria desigualdade e pode ter impacto negativo no ordenado dos profissionais, uma vez que podem subir de escalão no IRS e ficar a ganhar menos. O dirigente de Bragança, Carlos Silvestre, defende que os professores deveriam ser ressarcidos consoante os quilómetros feitos. “Para nós o que devia acontecer era ser pago ao quilómetro pela lei que está em vigor. Para os que fazem 600 quilómetros devia haver um apoio à habitação”, frisou.

A medida tem vindo a ser discutida entre o Ministério da Educação e os diferentes sindicatos.

A 21 de Outubro voltam a reunir para discutir a alteração do estatuto da carreira de docente.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais