Seg, 04/04/2011 - 11:12
Paula Lopes, a presidente da junta, convocou a reunião popular para explicar aos habitantes da vila, que pode estar em perigo a manutenção da estação dos CTT e o externato liceal. A autarca social-democrata desconfia que a recente proposta da administração dos correios para entregar a prestação daquele serviço à junta de freguesia, “é uma manobra para fechar aquele serviço no futuro e entregar o ónus da responsabilidade à junta.
Para além disso, Paula Lopes alerta para a intenção da DREN em avançar para um mega agrupamento de escolas que inclui a secundária de Mirandela e a escola de Torre Dona Chama, sem esquecer a pretensão de encerrar o externato liceal que já tem cerca de 400 alunos oriundos de vários concelhos do distrito de Bragança. Paula Lopes pediu ao povo para assinarem duas petições de protesto.
“As petições transmitirão o sentimento das populações e que quem tomar conta do Governo possa dar carácter de excepção à Torre quer nos CTT quer na escola”, pede. “São as responsáveis pelo movimento e dinamismo da vila da Torre”, garante.
A própria população lançou o repto para o boicote às eleições de 5 de Junho, que a autarca aceitou de imediato
“Não votaremos. Somos poucos e não significamos muito em votos mas seremos ouvidos”, defende. “Se é preciso poupar e reduzir custos, têm muitas formas de rentabilizar o balcão da Torre.”
Nesta reunião popular, marcaram presença dirigentes de vários partidos políticos, entre eles Strecht Monteiro, do partido socialista, alegando que nestas questões em que estão em causa a defesa de serviços essenciais para a vila, o PS está unido com o povo e coloca de lado as divergências politica.
Também o vice-presidente do Município de Mirandela, António Branco, salientou que não pode haver divisões políticas nestas questões.
“O que está em causa é garantir que a Torre continua como pólo de atracção das freguesias vizinhas. A questão dos CTT é importante mas na educação pode ser uma tragédia, porque é um investimento privado, que pode vir a encerrar.”
Os presidentes das juntas de freguesia de São Pedro Velho e Vale de Gouvinhas também estão solidários com esta luta.
As cerca de três centenas de pessoas presentes nesta reunião popular não hesitaram em assinar as petições e prometem não votar nas legislativas, indignados com o que pretendem fazer com a vila.
“Tiram-nos os CTT, tiram-nos a escola, mais vale encostar-nos à parede e fuzilar-nos”, diz uma popular. Outra habitante da vila, idosa, diz que “com uma reforma pequena”, não pode “ir para Mirandela, porque gasta-se metade no caminho”.
Para um outro popular, “se tirarem os bancos e os correios, isto fica uma aldeia”.
“Há muitos idosos que nunca saíram daqui, nunca foram a Bragança ou Vinhais. Para pagar os impostos, a água, a luz, para onde vão?”, pergunta um cidadão.
A indignação em Torre de D. Chama contra o possível encerramento do posto dos CTT.
Escrito por CIR