Mais estudantes do IPB em dificuldades para pagar propinas

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Ter, 03/03/2009 - 08:20


Duplicou o número de estudantes do IPB que ainda não pagou a segunda prestação das propinas deste ano lectivo.Os efeitos da crise que afectam algumas famílias começam também a fazer-se sentir no ensino superior. 

O Politécnico de Bragança pratica a propina mínima de 580 euros e é paga em três prestações.A primeira faz-se no acto da matrícula sendo que o prazo da segunda terminou a 15 de Fevereiro. Comparativamente com os dois anos anteriores, o número de estudantes que não pagou esta segunda prestação quase duplicou.“Em 2006/2007 e 2007/2008 a percentagem rondava os 6/7 por cento” revela o vice-presidente do IPB acrescentando que “é uma percentagem aceitável e comum a todas as instituições de ensino superior”. No entanto, este ano “esse valor cifra-se nos 11%” adianta Luís Pais.  O responsável apresenta “o facto de ainda há pouco tempo ter terminado o prazo para pagamento da prestação” como um argumento para justificar esta situação, acrescentando que “há alunos que preferem pagar mais tarde e pagar uma pequena multa”.Luís Pais prefere não associar esta situação à crise dizendo que “não lhe atribuiria um significado muito grande devido à questão da crise económica que existe e até pode afectar”. Ainda assim há casos de estudantes em dificuldades.Fátima Esteves é uma de três irmãs, naturais de Vimioso, que estudam no IPB.A mãe ficou desempregada recentemente e foi graças ao dinheiro da bolsa que conseguiram pagar a segunda prestação.“O pagamento das propinas torna-se complicado porque em cada prestação são 170 euros” afirma a Fátima Esteves. No entanto, as três alunas conseguiram pagar esta segunda prestação “porque nos pagaram antes a bolsa senão era impossível porque neste momento só há uma pessoa a receber em casa e somos cinco no agregado familiar” acrescenta a estudante. Os relatos das dificuldades dos estudantes já chegaram ao conhecimento da Associação Académica. “Tem constado que há colegas que têm sentido dificuldades económicas e estamos preocupados com isso” afirma o presidente Bruno Miranda que fala ainda em “organizar acções de solidariedade para tentar ajudar”. 

Dos 6500 estudantes do IPB, 2200 recebem bolsa de estudo que pode ir até aos 250 euros por mês.

Escrito por Brigantia