Seg, 28/07/2008 - 09:09
Luís de Carvalho, saiu de Bragança cerca das 8H45 pilotando uma aeronove bi-motor do Aeroclube de Bragança, com destino a Coimbra.
O indivíduo, com 57 anos, era o único tripulante do bimotor Piper PA34 e ter-se-á sentido maldisposto durante a viagem pedindo ajuda aos órgãos de controlo aéreo, cerca das 10 da manhã.
Gonçalves Lelo, vice-presidente do Aeroclube de Bragança, explica o que poderá ter acontecido. “O avião saiu daqui de manhã em direcção a Coimbra onde iria fazer manutenção a um aparelho que é uma ajuda-rádio” explica o responsável. “Houve uma doença súbita que o atacou em pleno voo, ainda conseguiu comunicar com o controlo a pedir ajuda” refere. “O avião manteve o rumo e a altitude que levava porque o avião tem acoplado um piloto-automático o que quer dizer que o avião só iria para o solo ou para o mar quando consumisse todo o combustível que possuía nos tanques”.
O contacto via rádio foi perdido entre o piloto e a Força Aérea sendo que de imediato dois F16 descolaram da base aérea de Monte Real para interceptar e acompanhar a aeronave, ao mesmo tempo que um helicóptero partia da base do Montijo com o mesmo objectivo.
O último contacto por radar foi registado às 11H50 e já ás 13H45 os aviões da Força Aérea detectaram destroços no mar que poderão pertencer à avioneta onde seguia o médico de Bragança, como referiu à Brigantia o Tenente-Coronel António Seabra da Força Aérea Portuguesa. “Activamos uma parelha de F16 e um helicóptero EH101 e uma aeronave de patrulhamento marítimo que confirmaram a existência de destroços” afirma. “Também foi enviado para o local um navio porta-contentores de bandeira brasileira que recolheu os destroços” acrescenta. “Não há nenhuma informação sobre o corpo mas estamos a proceder todas as buscas possíveis para localizar o tripulante” refere Tenente-Coronel António Seabra.
Gonçalves Lelo salienta que a vítima, que voava há cerca de 20 anos “era o piloto com maior experiência do Aeroclube de Bragança e ajudou muito os pilotos que aqui existem” afirma. “Tinha uma experiência notável tanto em mono-motores como em bi-motores e ministrava formação aqui” acrescenta.
Luís de Carvalho era dos 11 médicos cirurgiões no Centro Hospitalar do Nordeste.
Henrique Capelas, o presidente do conselho de administração lamenta o desaparecimento trágico deste profissional de saúde. “É uma situação que nos choca a todos porque era um cirurgião que tinha provas dadas e de grande profissionalismo” afirma.
Henrique Capelas salienta ainda que com a falta de médicos que existe e a dificuldade em fixá-los no interior não vai ser fácil substituir Luís de Carvalho.