Autarcas vão pedir compensações à EDP

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Qua, 16/04/2008 - 08:13


Os cinco autarcas dos concelhos abrangidos pela futura barragem do Tua reúnem esta quarta-feira pela primeira vez. O encontro está marcado para as 14.30, na Câmara de Carrazeda de Ansiães, e senta à mesma mesa o chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães.

Os presidentes das Câmara de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Murça e Vila Flor esperam chegar a acordo sobre um caderno de reivindicações conjuntas a fazer à EDP, enquanto que o autarca de Mirandela, para já, só está interessado num traçado alternativo à actual linha do Tua, no caso da barragem ser construída.As compensações começam a ser discutidas esta quarta-feira à tarde, na Câmara de Carrazeda de Ansiães. Agora que os autarcas do Tua já sabem que é à EDP que devem pedir contas pela construção do empreendimento hidroeléctrico, o que realmente interessa é sacar o máximo de compensações para a região. Nomeadamente para as populações locais que ficarem sem terrenos, mas também para as próprias Câmaras, através de uma percentagem da factura energética.Porém, o aproveitamento da potencialidade turística de um espelho de água com dezenas de quilómetros de comprimento é, neste momento, prioridade absoluta.O vice-presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, entende ser uma boa ideia criar-se uma agência de desenvolvimento para o vale. “Nós devemos tentar acordar uma posição consertada entre os cinco municípios, no sentido de se criar ou uma empresa de desenvolvimento do Vale do Tua ou uma agência de desenvolvimento para o vale do Tua”, refere Fernando Barros.Numa linha de pensamento semelhante surge o autarca de Murça, João Teixeira, que aponta a hipótese de se constituir uma associação de municípios, ”criar uma associação para fins especificamente da barragem precisamente para que seja apresentado um caderno reivindicativo comum de consenso”. O presidente de Alijó, Artur Cascarejo, inclina-se mais para a construção de mini-plataformas turísticas distribuídas ao longo do vale do Tua, “está prevista num estudo que mandamos fazer a construção de varias mini-plataformas nessa perspectiva de aproveitar a linha de água decorrente da construção da barragem”.O anfitrião do encontro desta quarta-feira, o autarca de Carrazeda, Eugénio de Castro, prefere esperar pelo fim da reunião, sendo que pode muito bem ser inconclusiva, mas mesmo assim não duvida que o desenvolvimento equilibrado e sustentável para o vale do Tua passa por um plano comum a todos. “Eu penso que isso seria uma boa forma de conseguir algum desenvolvimento para aquela zona com algum equilíbrio e sustentabilidade”, garante Eugénio de Castro.O autarca de Mirandela, José Silvano, vai estar na reunião de Carrazeda para se inteirar das contrapartidas que os colegas pedem à EDP pela construção da barragem do Tua. Mas pela sua parte só tem uma reivindicação. "A minha reivindicação é ver se há possibilidades de um traçado alternativo ao actual, para que se mantenha a linha do Tua”, afirma José Silvano.  As compensações exigidas à EDP serão todas reunidas num caderno conjunto dos cinco Municípios, que depois será entregue à empresa hidroeléctrica.