Qui, 03/04/2008 - 08:27
O processo da avaliação de impacte ambiental já foi retirado, mas a secretaria de estado das obras públicas espera que este processo não venha a pôr em causa os prazos inicialmente previstos. Em causa estão os 18 quilómetros, entre a Junqueira (Torre de Moncorvo) e o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) que esbarram em obstáculos de natureza patrimonial, cultural e geológica.
Segundo a Agência Lusa diversas entidades, desde o Ministério da Agricultura a organismos ligados ao turismo e geologia, pronunciaram-se contra a proposta porque a rodovia implicaria "a destruição de inúmeras plantações de vinha e olival e de pastagens e culturas tradicionais”.
Outro contra apontado ao projecto é o facto de estar pensado em cima da falha sísmica da Vilariça que nos últimos 30 anos originau sismos de magnitude 3 e 4. Estes factores levaram a que fosse proposto ao Ministério do Ambiente um chumbo na Declaração de Impacte Ambiental.
Os pareceres que o Governo recebeu optam pelo aproveitamento da actual estrada nacional, que segue pela ponte do Sabor e vai ligar ao antigo troço do IP2, construído há quase 20 anos, e que a Estradas de Portugal tinha retirado do novo projecto.
O autarca de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, um dos acérrimos defensores desta solução, espera “que o governo não deixe ficar este troço de fora da futuro concessão do Douro Interior”.Aires Ferreira rejeita o argumento contra a construção do IP2 em cima da falha sísmica da Vilariça, pois não vê aí qualquer problema. “Isto ter implicações a nível de projecção de uma estrada é perfeitamente caricato, aí teríamos de desistir de vez do IP2, e é isso que eu espero que o governo não faça”. A conclusão do IP2 continua a marcar passo depois da Estradas de Portugal ter retirado o processo de avaliação de impacto ambiental.