Coagret defende inclusão dos vales do Tua e do Baixo Sabor em áreas protegidas

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Ter, 25/03/2008 - 08:53


A Coagret, Associação de Coordenadores dos Afectados por Grandes Barragens e Transvases, está contra o que considera ser uma falta de protecção dos rios nacionais. Esta Organização Não Governamental (ONG) aproveitou as comemorações do dia mundial da água, na estação de caminho de ferro de Vilarinho das Azenhas (Vila Flor), em pleno vale do Tua, para exigir a revisão da rede nacional de áreas protegidas que devia incluir precisamente o vale do Tua e do Sabor.

“A revisão nacional de áreas protegidas devia incorporar imediatamente o vale do Baixo Sabor que é uma figura de rio cénico presente em vários países do mundo” afirma o presidente da Coagret. Pedro Couteiro defende ainda “uma sindicância à actuação das presidências do ICN nos últimos 12 anos” no que diz respeito ao dossier Rede Natura 2000, em particular ao caso do Baixo Sabor. Esta ONG questiona porque razão os últimos quilómetros do rio estão fora desta figura de protecção coincidindo com o local de implementação dos paredões da barragem. Além disso também quer saber “com que base foi possível excluir até agora o vale do rio Tua”.A Coagret também deixou um aviso aos concorrentes à construção da barragem de Foz Tua. “Eles que se acautelem porque têm que contabilizar os custos de contexto” isto é “quando começarem a destruição do rio Tua vão ter de contar com a oposição generalizada de ONG’s e da opinião pública e isso são custos” explica Pedro Couteiro “e por isso é bom que comecem a fazer contas”, salienta.Pedro Couteiro confessa estar farto de manipulações e das invenções de que nada se passa por detrás do Plano Nacional de Barragens. Aquele dirigente considera que a carta enviada ao presidente da Comissão Europeia é um primeiro passo para uma fase diferente daquilo que se passa com a conservação de rios em Portugal. Recorde-se que várias organizações ambientalistas subscreveram esta missiva, enviada a Durão Barroso, referindo que o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável Português estimou que o país tem potencial para poupar até 40 por cento do seu actual consumo energético através da gestão de procura. No entanto, consideram que em vez de se concentrar em soluções de implementação simples o Governo, optou por investir um bilião de euros num Programa de Barragens, cuja produção de electricidade é equivalente a 3,3% da energia consumida em Portugal e que apenas diminui em 1% a emissão de gases com efeito de estufa.

Estes ambientalistas denunciam a ausência de uma avaliação correcta sobre os impactos negativos da implementação deste programa e os benefícios decorrentes da não construção.