Qua, 16/07/2008 - 08:26
O autarca de Mirandela acredita que a discussão pública sobre o estudo de impacte ambiental da construção da barragem de Foz-Tua, que se inicia no próximo mês, possa trazer argumentos válidos para travar a construção daquele empreendimento hidroeléctrico.
“Eu acredito que a linha do Tua não vai fechar mas tenho a noção dos perigos que existem e do pouco tempo que há” refere José Silvano. “O Governo e a EDP dizem que a barragem é uma realidade mas ainda temos dois meses de discussão do estudo de impacte ambiental” lembra o autarca salientando que neste período “pode haver argumentos que contestem a construção da barragem”.
Além disso, o edil de Mirandela “acredita que haja um lobby forte de manutenção da linha por parte da CP e da REFER porque estão a ser feitos investimentos de vários milhares de euros quando toda a gente sabe que aquilo pode acabar”. Esta é uma situação que para o autarca pode ajudar a “inverter a situação”.
Declarações de José Silvano após a cerimónia de assinatura do acordo de empresa entre a administração do Metro de Mirandela e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, como resultado de negociações que começaram em 2007.
Numa altura em que paira a incerteza sobre a manutenção da linha, José Manuel Rodrigues, dirigente daquele sindicato afecto à CGTP, considera que este acordo pode contribuir para a manutenção da linha do Tua e consequentemente viabilizar a empresa Metro de Mirandela. “Nós estaremos empenhados em que isto seja um sinal para o futuro e que a linha se mantenha em funcionamento” refere José Manuel Rodrigues.
Recorde-se que a empresa Metro de Mirandela foi constituída há 13 anos, sociedade do Metro Ligeiro de Mirandela e tinha a seu cargo a exploração da linha entre Mirandela e Carvalhais, com apenas dois trabalhadores.
Desde 2001, ano em que a CP decidiu retirar as carruagens que circulavam na linha do Tua, até Mirandela, foi estabelecido um protocolo de prestação de serviço com a com a CP para permitir o transporte ferroviário na linha do Tua com as composições do Metro. Actualmente, a empresa já tem oito trabalhadores (sete operadores e um administrativo), pelo que já foi possível estabelecer este acordo de empresa que mais não é que a regulamentação das condições de trabalho.