Sex, 16/03/2012 - 19:55
Alexandre Costa é técnico de análises clínicas em Bragança. Queixa-se que os laboratórios privados estão a perder clientes, pondo em causa postos de trabalho. E afirma que o serviço prestado aos utentes também fica afectado com esta medida. “Aquilo que estamos a tentar divulgar é que com estas medidas de obrigar os utentes dos centros de saúde a realizar as análise clínicas nos hospitais nos estão a tirar os nossos utentes, o nosso ‘ganha-pão’. Além dos postos de trabalho que ficam em risco, fica também em risco a qualidade de um serviço era bem prestado aos utentes. Posso dar um exemplo: no nosso laboratório em 10/15 minutos a colheita de sangue é realizada e temos utentes que se vão queixar ao nosso laboratório que estão 3 horas ou e horas e meia à espera de fazer a recolha do sangue”, revelou. O técnico de análises afirma que esta medida já está a ser posta em prática no hospital de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. Diz mesmo que os hospitais não têm capacidade de resposta para tantos utentes que têm de recorrer a análises clínicas. “Nós temos mais conhecimento aqui em Bragança, que até foi onde essa medida começou. Em Macedo também temos conhecimento que já arrancou onde até já nem estão a ter capacidade de resposta. Soubemos que ainda ontem, dia 15 de Março, já estavam a ser marcações para fazer análises só para o dia 28 de Março. Estamos a ser completamente postos de parte”, acrescentou. Alexandre Costa lamenta o facto de os técnicos não terem sido contactos pela Unidade local de Saúde de Bragança. “Não nos chamaram à mesa das negociações. De certeza que há formas de chegar a um entendimento com a redução de custos para a Unidade Local de Saúde sem por em causa a qualidade do serviço nem a nossa sobrevivência. Amanhã (sábado) vamos tentar fazer chegar ao presidente da República em Mirandela um documento em forma de manifesto que mostra a preocupação dos funcionários do sector privado das análises clínicas com os nossos postos de trabalho e também com este ataque à população que está a ser obrigada a realizar um serviço numa entidade que até aqui não prestava esse serviço”, concluiu.
Os laboratórios privados de análises clínicas do distrito de Bragança estão descontentes com o aumento de utentes a fazerem análises nos hospitais.
Escrito por Brigantia (CIR)