Espaços livres de fumo não conquistam muitos adeptos em Bragança

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Sex, 02/01/2009 - 10:58


Em Bragança, a adesão a espaços livres de fumo não tem conquistado muitos adeptos. Um ano depois de ter entrado em vigor a nova lei do tabaco, muitos dos cafés que no início de 2008 optaram por não permitir o fumo acabaram por mudar o dístico para azul. Os proprietários justificam a opção com a quebra do negócio.  

“Por acaso quando saiu a lei optei por pôr o café para não fumadores só que no espaço de três dias verifiquei que o café estava vazio de dia e à noite e eu deparava-me com um situação insustentável”, confessa João Lopes proprietário de um café no centro da cidade. “Como tinha condições para fumadores, optei por mudar porque mesmo as pessoas que não fumavam acabavam por frequentar as casas onde se fumava”, adianta ainda.

Os mesmos motivos fizeram com que Vítor Clemente, dono de um outro café, optasse pela mesma solução. “Comecei a notar falta de consumo dos clientes e acabei por deixar que se fumasse porque era por causa disso”, atesta.

 

Nos estabelecimentos onde não se fuma, como pastelarias ou restaurantes os proprietários também notam que houve uma diminuição de clientela.

“Há muita gente que deixou de frequentar a nossa casa, sobretudo a nível de bar porque nós como somos café e restaurante é difícil conciliar as duas coisas”, diz António Alves, dono de um restaurante. Também António Gonçalves, proprietário de uma pastelaria confessa que perdeu “muitos clientes mesmo, aí uns 20%”. Segundo conta, “houve clientes que nunca mais cá entraram”.

José Rodrigues, dono de um restaurante, também notou que “a rapaziada nova que vinha cá à noite deixou de vir por causa de não se poder fumar”.

 

Consequência ou não da nova lei, certo é que as vendas nas máquinas de tabaco desceram, ainda que nos espaços para fumadores menos do que nos restantes.

 

António Alves fala mesmo numa diminuição drástica e exemplifica. “Posso dizer que há 5 anos atrás recebia de comissão por venda do tabaco cerca de 100 euros por trimestre e agora não chega a 7 euros”, garante.

Também Magno Gonçalves, dono de um café onde não se fuma notou que “antigamente as pessoas vinham aqui e tiravam cá o tabaco, agora vão tirá-lo a cafés onde se fume”. Já nos cafés de João Lopes e Vítor Clemente, destinados a fumadores, a diminuição não foi tão acentuada, mas ainda assim existiu.

 

Entre não fumadores a ideia é geral.

Na altura de escolher um café o facto de ser para fumadores ou não fumadores não influencia a opção.

Quando se trata de restaurantes, o caso muda de figura.

 

Carla Prada, uma não fumadora, diz que “no caso dos cafés não me faz diferença, até respeito que quem queira fumar goste de fumar nesses sítios e sinceramente não acho nada bem que tenham que fumar na rua, mas em sítios onde se coma prefero que não haja tabaco”. Daniela Barbeiro tem a mesma opinião. “Nos cafés para mim é indiferente, só em restaurantes é que prefiro não ter que ser incomodada com o fumo dos outros”.

 

Como seria de esperar, os fumadores preferem os locais adequados.

No entanto, as opiniões variam na altura de avaliar se a nova lei fez com que diminuíssem o consumo de tabaco. “Se tiver de escolher prefiro locais onde se possa fumar, mas acabo por fumar menos quando vou a sítios onde não se possa fumar”, diz Tiago Pinto.

Opinião contrária tem Paula Ramos que diz que fuma exactamente o mesmo.

 

Em Bragança os estabelecimentos livres de fumo não têm conquistado muitos adeptos.

Escrito por Brigantia