Ter, 28/08/2012 - 09:25
Rosa Verde, que até sofre de doenças do sistema respiratório, passa os dias a varrer a entrada de casa e conta como é viver paredes meias com a vacaria.“Já há uns 20 anos que a vacaria está ali e eu já cá vivia antes”, refere. “As vacas incomodam muito com o cheiro. Passam na rua sete e oito vezes por dia, tenho as portas cheias de bosta”, acrescenta Rosa Verde, salientando que “agora no Verão é pior por causa das moscas e no Inverno é o lodo, porque os carros passam e sujam-me as paredes todas”. Com esta situação “não posso abrir as janelas, estamos ali encerrados”.O marido acrescenta que já por várias vezes se viram obrigados a ir fazer as refeições para as traseiras da casa por causa do mau cheiro.“Às vezes estamos a começar para comer e temos de sair aí para cima porque não aguentamos o cheiro e das moscas”, afirma José Ramos. “Nem sequer podemos pôr fitas na porta da rua porque as vacas roem-nas”, acrescenta.O casal diz que já se queixou várias vezes à câmara municipal e à delegação de saúde mas até agora nada foi feito para minimizar a situação.A população da aldeia também se mostra descontente.“Já tenho ido buscar várias carretas de água para lavar a bosta à frente de casa e agora no Verão é uma miséria porque cheira muito mal”, diz Cremilde Gonçalves salientando que “às vezes estou para comer e vem aquele cheiro pela casa dentro, mesmo com a porta fechada, dá vontade nem sei de quê”.“Não se podem abrir as portas nem as janelas e alguém, devia fazer alguma coisa para resolver isto”, considera Raul Silva.A vacaria em causa está licenciada pela câmara de Mogadouro.Sem gravar declarações, o vice-presidente esclareceu que a autarquia só poderá agir mediante parecer da delegação de saúde, atestando que está em causa a saúde pública.
Tentámos ouvir a delegada de saúde de Macedo de Cavaleiros, que abrange o concelho de Mogadouro, mas não foi possível chegar à fala com a responsável por se encontrar a gozar um período de férias.
Escrito por Brigantia