Unidade de AVC do CHN faz um mês de acompanhamento a doentes

PUB.

Qui, 21/05/2009 - 17:00


A Unidade de AVC do Centro Hospitalar do Nordeste arrancou há um mês com um serviço de visitas domiciliárias a doentes que já sofreram acidentes vasculares cerebrais. Mais do que tratar os doentes aquando do internamento no Hospital de Macedo de Cavaleiros, a unidade pretende acompanhá-los nos primeiros tempos pós-alta. Uma forma de controlar melhor os factores de risco e possíveis recaídas, que agrada a profissionais e a doentes.  

Nove da manhã e o carro do Centro Hospitalar do Nordeste está preparado para começar a ronda... enfermeiro e assistente social, acompanhados dos processos dos doentes e da respectiva mala de enfermagem fazem a primeira paragem no lar da Santa Casa da Misericórdia de Macedo... a doente está acamada, um caso mais complicado, mas pouco ou nada se faz, porque está bem controlada... segunda paragem: vila de Vinhais. António Beato, 64 anos, servente da construção civil, teve um AVC há pouco tempo, que lhe levou o sorriso da vida...

 

A recepção não podia ser mais calorosa, de Vinhais a Macedo distam 50km, difíceis de percorrer por estradas estreitas e tortuosas, como é agora estreita a ligação de António com a vida... depois do susto com o AVC, tem agora outros cuidados...

 

“O que me disseram para fazer estou a fazer, a pensar em mais uns anos de vida”.

 

O enfermeiro José Luís, encarregue desta terceira visita domiciliária, fala dos objectivos da visita e lembra que o contacto com o médico é permanente...

 

“O objectivo é ver as necessidades destes doentes quer a nível de enfermagem, quer a nível médico.”

 

Os doentes esclarecem todas as dúvidas existentes e falam como decorre a recuperação... os enfermeiros controlam os factores de risco do AVC...

 

“Avaliamos a independência, a mobilidade e depois ver os parâmetros das tensões, glicemia, colesterol… os factores de risco de AVC.”

 

Aquando da alta, a assistente social trata do encaminhamento do doente e estuda a situação... nos domicílios comprova no local como é a situação social e esclarece outras dúvidas que possam aparecer, como explica Sílvia Aleixo, assistente social na Unidade Hospitalar de Macedo...

 

“No pós-alta verificamos alguma informação que ficou por dar. No internamento nem sempre se consegue dar toda a informação e as famílias não estão tão receptivas”, explica.

 

Cerca de uma hora depois, o sorriso voltava ao rosto de António Beato e da própria esposa, com a promessa de voltarem a encontrar os mesmos profissionais na próxima visita domiciliária daqui a seis meses... factores de risco completamente estáveis e controlados... o carro do Centro Hospitalar do Nordeste volta a rodar, desta vez em direcção a Bragança, onde os esperam mais um doente, mais uma família, mais uma história de AVC...

 Escrito por CIR