Trás-os-Montes a uma só voz

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Qua, 06/05/2009 - 08:26


Ficou ontem formalmente constituída a Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes, com a eleição da Assembleia Intermunicipal, que elegeu o brigantino Luís Afonso como presidente, com 35 votos a favor, 8 contra e 14 nulos.    

Jorge Nunes, autarca brigantino e representante dos municípios da Terra Fria Transmontana, diz que já havia um trabalho feito no passado.

 

“Apesar de os municípios terem já vindo a fazer um trabalho significativo, como a elaboração de um plano de desenvolvimento para a NUT III que permitiu contratualizar, no âmbito do QREN, um valor na ordem de 72 milhões de euros para investimento em Trás-os-Montes. Esse trabalho entre os municípios permitiu-nos organizar todo o processo de aprovação de estatutos que permitiu levar a respectivos executivos municipais e assembleias municipais, de forma a viabilizar a constituição da comunidade intermunicipal, que ficou formalmente constituída” ontem.

 

O presidente da Câmara de Bragança, cidade sede da Assembleia Intermunicipal, diz que agora é preciso garantir a utilização de fundos comunitários para a região, que ganha mais força para se fazer ouvir.

 

“O primeiro grande desafio é por de pé a utilização de recursos comunitários nos cinco eixos aprovados no plano territorial de desenvolvimento. Esse é o primeiro desafio de todos ao nível técnico, administrativo e político. A própria comunidade terá condições acrescidas de poder vir a negociar outros investimentos para este espaço supra-municipal”, diz Jorge Nunes.

 

Também José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela e representante da Terra Quente, fala num primeiro passo rumo à regionalização.

 

“O processo não está concluído. Considero que é um passo intermédio rumo à regionalização. Falta sedimentar um espírito de unidade a nível de Trás-os-Montes. Temos de ganhar dimensão para resolver os problemas supra-municipais. Já temos 15 municípios. Quando chegarmos à Regionalização teremos uma região unida em torno de uma só voz, que é o que precisamos”, defende o presidente da Câmara de Mirandela.

 

Presente esteve também um convidado especial. Carlos Lage, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, que ficou agradado com a união demonstrada pela região transmontana.

 

“Esse foi um ponto forte deste encontro. Parecia possível estes autarcas chegarem a um entendimento institucional de forma a constituírem-se como uma entidade político-administrativa com base na actual lei. Parece que o impossível aconteceu”, brincou.

 

Ontem reuniu-se também, e pela primeira vez, o Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal, que integra 15 autarquias. A presidência será em regime rotativo e por ordem alfabética, começando por Alfândega da Fé.

 Escrito por Brigantia