Transmontanos na expectativa pela chegada do FMI

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Qui, 07/04/2011 - 15:21


Vão ser tempos difíceis, mas era um mal necessário. É assim que os transmontanos encaram o pedido de ajuda de Portugal à União Europeia. Há quem não ligue mas há esperança no futuro.

“Acho bem, para que não nos deixem endividar mais do que o que está”, diz um transeunte. “Só quem entenda dessas contas, mas penso que será melhor, com a vinda dessa módica quantia”, diz um alfaiate de Bragança. “Se for para trazer justiça, acho bem, que venha já hoje. Se for para beneficiar os ricos e bater nos pobres, que se deixe estar”, diz outro cidadão.

Mas há quem diga que não é a ajuda externa que vai resolver o problema do país, como é o caso de Fernando Sousa.

“Não é o FMI que vai melhorar a situação de Portugal. Portugal não produz. Andamos sempre a tapar buracos. Isto não vai resolver a nossa situação.”

Os mais novos também se mostram resignados mas temem pelo futuro, sobretudo, esperam mais dificuldades para encontrar trabalho.

“Temos que contrariar isso. Não podemos pensar assim, mas Portugal está cada vez pior. Já sentimos dificuldades para acabar o curso, quanto mais para encontrar emprego”, diz Elsa Rosário. Sónia Neves também teme “não ter emprego”, apesar de considerar que “pior não pode ficar”.

Esta será a terceira vez que Portugal é ajudado pelo FMI.

Ainda há quem recorde os tempos difíceis que se viveram na última vez, em 1982.

“Foram tempos muito mais difíceis. Tinha começado a trabalhar num banco e começamos logo a ter descontos grandes como tudo. Agora a esperança é a mesma, talvez ainda pior”, diz José Carvalho. Fernando Sousa diz que se lembra “vagamente”. “Naquela altura a comunicação social falava pouco disso. Mas acho que não será aquele papão que se diz. Há coisas em que até têm razão”, defende. “Foi um bocadinho difícil, agora é capaz de ser mais fácil”, diz Narciso Lanção.

 

Os receios dos transmontanos com o pedido de ajuda externa ontem anunciado pelo Primeiro Ministro.

Escrito por Brigantia