Trabalhadores da Varandas Sousa, antiga Sousacamp, em greve durante cinco dias

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Ter, 30/01/2024 - 09:13


Os trabalhadores da Varandas Sousa, antiga Sousacamp, a maior produtora de cogumelos do país, vão estar cinco dias em greve

Entre 10 e 14 de Fevereiro, os funcionários das fábricas de Vila Real e Vila Flor vão protestar contra os baixos salários e a falta de condições laborais.

“Pela valorização dos trabalhadores, por melhores condições de trabalho, na empresa não há grande manutenção. Pedimos ainda os 25 dias de férias para toda a gente, há pessoas que já trabalham cá há 30 anos e têm os mesmo dias de férias que uma pessoa que entrou há dois dias, o mesmo ordenado. Temos diuturnidades, de cinco em cinco anos, e desde que recebo diuturnidades, e já há 20 anos que cá trabalho, nunca subiram e é um valor muito baixinho”, adiantou a delegada do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, Felisbina Gomes.

Apesar das obras que estão a ser feitas no exterior da fábrica de Vila Flor, os trabalhadores queixam-se da falta de condições, que podem pôr em causa a sua segurança. “Por exemplo, as linhas onde andam os escadotes, onde já houve muitos acidentes. Os próprios escadotes, que as prateleiras muitas das vezes estão partidas e depois as pessoas que se recusam a subir nestes escadotes ainda são penalizadas. Não há porta paletes de jeito. O empilhador tem os pneus gastos, até derrapa nas subidas”, apontou.

A greve surge depois de o sindicato ter apresentado um caderno reivindicativo, em Dezembro do ano passado, e que acabou por ser rejeitado. “Dizem-nos que a empresa não tem dinheiro. Não marcaram uma reunião, não tentaram negociar, simplesmente mandaram um email a dizer que a empresa não estava em condições para dar nada a ninguém”, adiantou a delegada sindical.

Um aumento salarial de 150 euros, a implementação de um sistema de diuturnidades assente em 10 escalões, 25 dias úteis de férias remuneradas e subsídio de férias e redução da carga semanal de trabalho para 35 horas são as reivindicações dos trabalhadores da antiga Sousacamp.

O grupo Sousacamp passou por um processo de insolvência e a empresa foi adquirida em 2020 pela Core Capital, tendo sido perdoada uma dívida de cerca de 60 milhões de euros, por intermédio do Novo Banco.

Contactámos a Varandas Sousa para falar sobre a greve, mas até agora não obtivemos qualquer resposta.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais