Taxa de mortalidade infantil do distrito de Bragança é a mais elevada do país

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Qua, 23/07/2008 - 08:50


  O distrito de Bragança apresenta a taxa de mortalidade infantil mais alta do país. Os números são revelados pela Direcção-Geral de Saúde e coloca o distrito de Bragança acima da média nacional em crianças com menos de um ano de vida.

 

Os últimos dados são relativos a 2007 e revelam que em 918 nascimentos registados no distrito, ocorreram seis mortes. A taxa de mortalidade infantil situa-se nos 6,5% ao passo que a média nacional fixa-se no 3,5%.

 

A coordenadora da sub-região de saúde de Bragança diz que estes números são inflacionados pela reduzida taxa de natalidade. “Nós somos um distrito que tem poucos nascimentos e basta haver uma ou duas mortes em excesso, que foi o que se passou, em 2006 tivemos cinco mortes e em 2007 tivemos seis, para que a taxa de mortalidade aumente muito”, esclarece Berta Nunes afirmando que “isso não significa que estejamos a piorar, os números são muito pequenos”. Para nós as taxas não são o mais importante”, acrescenta.

 

Estes números, que foram revelados ontem, motivaram uma reunião da Unidade Coordenadora Funcional da Saúde da Mulher e da Criança para analisar as causas das mortes. Berta Nunes diz que das situações que conseguiram identificar, nenhuma podia ter sido evitada. “Conseguimos identificar quatro situações, que realmente duas delas têm que ver com mal formações em que é muito difícil fazer prevenção, há também uma morte que se deu por lapso do cordão por asfixia, que muitas vezes não se consegue evitar e há também outra situação de aspiração de vómito numa criança com alguns meses em que também seria difícil fazer a prevenção”, revela a coordenadora da sub-região de saúde de Bragança.

 

Dos seis casos ocorridos, a sub-região de saúde ainda não conseguiu identificar dois deles. Berta Nunes explica porquê. “ Como esta mortalidade infantil é por residência das mães, algumas situações podem ser de pessoas que não residam aqui, ou porque foram temporariamente trabalhar para outro local ou porque são emigrantes”, salienta a coordenadora referindo que “as mortes são atribuídas à residência das mães, porque esse casal pode ter a residência oficial no distrito de Bragança”. “Já temos tido mortes que nos são atribuídas de crianças que não nasceram aqui nem a gravidez foi vigiada aqui e pode acontecer que estes casos sejam assim”, afirma Berta Nunes, sublinhando que “estamos a analisar melhor a situação”.

 

No ano passado ocorreram, no distrito de Bragança, seis mortes de crianças como menos de um ano. Duas em Bragança e Mirandela. Uma em Carrazeda de Ansiães e outra em Vimioso.