Sobras de cânhamo, linho e castanha podem ser reaproveitadas para criar outros produtos

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Seg, 22/04/2024 - 08:48


O Instituto Politécnico de Bragança está a investigar a reutilização de recursos do território, como o cânhamo, o linho, a casca de castanha e o pó de xisto

As suas fibras e sobras podem ser reaproveitadas para criar outros produtos. 

“Tem a ver com a utilização de produtos endógenos, no caso específico, mesmo que actualmente não tenhamos produção nessa área, já há algum tempo a região de Trás-os-Montes teve cânhamo, linho, neste caso a castanha ainda tem, e a ideia é que possamos utilizar estes produtos ou desperdícios, como a casca da castanha, para que sejam criadas estas fibras naturais”, explicou o director da Escola de Tecnologia e Gestão do IPB, Nuno Ribeiro.

Esta investigação faz parte do projecto transfronteiriço “NaturFab”. Com as fibras que podem ser aproveitas, o politécnico de Bragança irá usá-las para imprimir material 3D. “Muitos dos filamentos que hoje em dia utilizamos acabam por ser ao nível ambiental ser nocivos e estamos desta forma a contribuir para os objectivos, quer de Portugal, quer da Europa e quer desta zona para que tenhamos aqui esta preocupação com o ambiente”, frisou.

Actualmente já não se produz cânhamo e linho na região. Outro dos objectivos é também incentivar as empresas a voltar a investir em produtos que em tempos foram muito rentáveis. Para isso, o NERBA é também parceiro do projecto.

A Associação Empresarial do distrito de Bragança vai ainda preparar as empresas para esta transição industrial. “Pretende que exista um trabalho alinhado àquilo que será a transição industrial. O objectivo ultimo das políticas públicas, que neste momento estão em vigor, é conseguirmos, cada vez mais, fazermos a transição industrial para modelos sustentáveis, competitivos, de forma a que seja rentabilizado aquilo que os territórios têm e que seja possível termos uma baixa pegada CDO2”, explicou Sónia Reis, da direcção do NERBA.

O projecto “NaturFab” envolve 13 parceiros, de Portugal e Espanha. As conclusões serão apresentadas em 2025. O financiamento é de cerca de um milhão de euros.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais